Abertura

Da terra (ou do mar) até à prateleira (e ao preço) do hipermercado

9 fev 2023 20:00

Com os preços em rota ascendente, fomos perceber que voltas dão os bens alimentares essenciais, desde o produtor até às prateleiras dos hipermercados

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Fábio Franco, agricultor de Leiria, entende que só um consumidor esclarecido pode ganhar o braço-de-ferro com a grande distribuição
Ricardo Graça
Daniela Franco Sousa

O preço dos alimentos não pára de subir. Segundo a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, no primeiro dia de Fevereiro de 2023, abastecer a despensa com bens alimentares essenciais custava 222,16 euros, mais 38,53 euros (mais 20,98%) do que a 23 de Fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia.

Face a esta situação, que tem afectado fortemente o orçamento familiar, o JORNAL DE LEIRIA foi ao encontro dos produtores para perceber que voltas dão alguns destes bens até se apresentarem, com estes preços, nas prateleiras dos hipermercados.

Referem-nos que toda a cadeia tem sido influenciada pelo aumento da factura energética, dos combustíveis, das condições climatéricas adversas, que têm feito encarecer algumas matérias- primas, como é o caso dos cereais, contribuindo para que as etiquetas apresentem dígitos muito maiores do que há um ano.

Mas o problema, lamentam, é que, apesar da subida dos preços, quem produz continua a ser mal pago, ficando a grande distribuição com a maior fatia de lucros. No fim do circuito, também o consumidor sai penalizado.

Vender alfaces a perder dinheiro
Dia 2 de Fevereiro, a alface frisada custava num hipermercado 2,89 euros o quilo. “É pouco”, apressa-se a explicar Fábio Franco, produtor da Ortigosa (Leiria), lembrando que talvez fosse dia de promoção ou que talvez nem fosse alface portuguesa. Em média, refere, uma alface tem sido vendida nos supermercados a 3,50 euros o quilo. Fábio é cliente do viveiro de plantas de Uziel Carvalho, de Monte Redondo

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