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Depois do Hot Clube e de Londres, iolanda entre o fado e a música electrónica

24 fev 2023 09:00

Concertos de apresentação do primeiro EP em Leiria e Pombal

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A cantora prepara-se para lançar, em Março, o primeiro EP, com o título Cura
Raquel Montez

Neste sábado, 8 de Abril, há concerto de iolanda no Teatro Miguel Franco, em Leiria.
Este texto foi originalmente publicado na edição em papel do JORNAL DE LEIRIA de 23 de Fevereiro de 2023.

A pandemia trouxe-a de volta a Portugal quando vivia em Inglaterra. O primeiro EP de iolanda, com o título Cura, mostra influências da música portuguesa mais tradicional em diálogo com a linguagem própria da música electrónica. A estreia do EP ao vivo acontece no sábado, 25 de Fevereiro, no Teatro-Cine de Pombal, em mais uma etapa de um trajecto que já levou a cantora e compositora a estudar escrita de canções, em Londres, canto, no Hot Clube de Portugal, em Lisboa, piano, no Conservatório de Coimbra, e cavaquinho, no grupo do Louriçal, freguesia onde cresceu e viveu até à adolescência.

Como concorrente da segunda temporada do programa televisivo The Voice, iolanda é a protagonista de um vídeo com quase três milhões de visualizações no YouTube em que interpreta o tema “Who You Are”, de Jessie J – e embora não tenha superado a prova cega, os comentários de Marisa Liz e Anselmo Ralph identificam-lhe “um grande potencial”.

Logo no ano seguinte, iolanda colaborou no tema “Crying Out”, de Darko, o antigo vocalista dos Fingertips. Mais recentemente, integrou a colectânea Volume 1, do colectivo Avalanche.

“Sempre sonhei ser cantora”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “Sabia que tinha coisas para dizer”. Actualmente com 28 anos de idade, iolanda começou a interessar-se pela música numa escola em Pombal, com quatro anos de idade. Depois da percussão, iniciou-se no cavaquinho, no Grupo de Cavaquinhos do Louriçal. Escreveu a primeira canção aos 15 anos.

“Hoje toco guitarra, é como componho. Sou autodidacta, nunca tive uma aula. E dou uns toques no piano, mas não sou pianista”. O que sabe do piano aprendeu no Conservatório de Coimbra, antes de se mudar para Lisboa, onde estudou canto no Hot Clube de Portugal, ao mesmo tempo que frequentava a licenciatura de Ciências da Comunicação. Depois, tornou-se aluna do curso de escrita de canções do Bimm Institute, em Londres, e estava em Inglaterra quando eclodiu a pandemia de Covid-19, que a fez regressar a Portugal, em 2020.

Em 2022, surgiu o primeiro single e videoclipe em nome próprio, “Cura”, que dá o nome ao EP. Seguiu-se outro single, “Lugar Certo”, e em Março será divulgado o terceiro, “Juro já nem paro”. A data de lançamento oficial do EP, nas plataformas digitais, é 24 de Março.

“O EP é uma compilação de cinco canções e dois interlúdios que são diferentes momentos meus numa relação passada”, explica ao JORNAL DE LEIRIA. Contém “alguns trejeitos” do fado, que é “uma influência muito grande”, como são outros géneros da “música tradicional portuguesa”, acrescenta. Com o contributo do produtor Luar, o resultado é uma fusão de R&B e electrónica em paisagens ibéricas.

Tem sido uma longa viagem, até ao primeiro EP. “Como artista independente, não é fácil. Fazer música é um processo custoso e dispendioso”, comenta a cantora do concelho de Pombal, que reclama “mais resposta da conjuntura social e económica” para que os músicos possam ter “plataformas com condições” de se revelarem perante o público, em projectos originais.

O concerto do próximo sábado, 25 de Fevereiro, no Teatro-Cine de Pombal, está agendado para as 21:30 horas e o bilhete tem o valor de três euros. Em Abril, iolanda actua no Teatro Miguel Franco, em Leiria, no âmbito do festival Clap Your Hands.