Economia

Distrito exporta quase metade das cutelarias fabricadas em Portugal

31 ago 2018 00:00

Em 2017, Leiria vendeu para o exterior 19,5 milhões de euros em cutelaria, ou seja 40,2% das exportações nacionais. O sector está em destaque numa feira internacional este fim-de-semana

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Raquel de Sousa Silva

No distrito, a cutelaria é uma indústria com tradição e peso em Caldas da Rainha e Alcobaça, concelhos onde se concentra a maioria das empresas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal exportou no ano passado 48,6 milhões de euros de cutelarias, 19,5 milhões dos quais assegurados pelo distrito de Leiria (40,2% do total). No ano anterior, as exportações de Leiria tinham sido de 17,9 milhões, num total de 46,2 milhões.

Os dados disponíveis para 2018 (entre Janeiro e Maio) revelam que o distrito exportou 8,3 milhões de euros de cutelarias, o que representa um peso de 38,3% do total nacional, que foi de 21,5 milhões de euros. No mesmo período de 2017, as vendas do distrito para o exterior cifraram-se em 7,5 milhões de euros, o que significa que houve um crescimento de quase 10% este ano.

O distrito assegura 85% das 'facas tesouras e respectivas lâminas' vendidas por Portugal ao estrangeiro. No ano passado, os cinco principais destinos das exportações de cutelarias do distrito foram a Alemanha (que comprou 4,4 milhões de euros), o Canadá (2,5 milhões), a França (1,7 milhões), a Espanha (1,6 milhões) e a Itália (1,3 milhões de euros).

Este fim-de-semana, em Caldas da Rainha, esta actividade vai estar em destaque na segunda edição da Feira Internacional de Cutelaria Artesanal. Durante o evento o público terá a oportunidade de apreciar peças únicas de cutelaria de produção nacional e internacional, contactar directamente com os seus produtores, participar em ateliers e assistir à demonstração do processo de afiar uma lâmina.

A organização, a cargo do atelier Lombo do Ferreiro, pretende que este evento seja “um ponto de encontro entre produtores, fornecedores e aficionados pela arte da cutelaria, na troca de experiências, mostra de peças únicas e divulgação junto da população”.

“A curiosidade pela arte de trabalhar o ferro têm aproximado gerações, surgindo na última década um número considerável de produtores caseiros de cutelaria, apoiados pela evolução das tecnologias de informação”.

Filipa Norte, gerente do atelier, explica que a cutelaria artesanal é um nicho de mercado, mas que há cada vez mais pessoas a fazer “produtos muito interessantes, com design e qualidade”, sustentadas pelo aumento da procura de coleccionadores e profissionais, como os chefs de cozinha, que “procuram facas à sua medida, com determinadas características”.

A feira conta igualmente com a presença de empresas da região, onde impera um cunho mais industrial. “As duas vertente estão interligadas. Quando um artesão tem de fabricar um determinado modelo, por exemplo 100 facas iguais, é complicado. Se tiver a ajuda de uma fábrica é uma mais-valia para ambos”, aponta a responsável pelo Lombo do Ferreiro.

“A indústria emprega actualmente muita gente. Temos a indicação de mil postos de trabalho directos. Mas a falta de mão-de-obra é problema”.

Lançada em Maio, a marca Cutelarias de Santa Catarina e Benedita pretende valorizar a indústria instalada nestes dois pólos. A iniciativa, desenvolvida em parceria entre as câmaras de Alcobaça e das Caldas da Rainha, a Associação Industrial da Região Oeste (AIRO) e as empresas, insere-se no âmbito “do apoio a um sector característico da região Oeste e com forte notoriedade e qualidade recon

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