Sociedade

Esporões do rio Alcoa, na Nazaré, vão ser intervencionados

1 dez 2020 10:59

Obras irão custar 2,8 milhões de euros

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Foz do rio Alcoa foi criada pelo Homem e corre perigo constante de assoreamento
DR

Foi ontem assinado o Auto de consignação da Empreitada de Restruturação dos Esporões do rio Alcoa – Nazaré, que prevê um investimento de mais de 2.8 milhões de euros.

A Câmara Municipal da Nazaré recebeu a Agência Portuguesa do Ambiente e a empresa adjudicatária Hydro Stone para a cerimónia do auto de consignação da “Empreitada de Restruturação dos Esporões do rio Alcoa – Nazaré”, obra que tem como objectivo promover a protecção e conservação da linha de costa.

“Hoje é o inicio da empreitada de reabilitação dos esporões do rio Alcoa, uma obra há muito reclamada e aguardada”, disse o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, presente na cerimónia.

O responsável acrescentou que se trata de “uma necessidade, tanto mais que está em causa o assoreamento na embocadura do Alcoa e a inundação dos terrenos agrícolas”.

Foto: CM Nazaré

 

Para a realização da empreitada, que terá a duração de 12 meses, a contar da data de consignação, serão executados vários trabalhos, como a reconstrução, reforço e avanço até ao seu comprimento original, dos esporões existentes, com mantos de proteção reforçados, num comprimento de cerca de 60 metros; reabilitação e regularização dos trechos de enraizamento dos esporões (cerca de 75 metros ) e retenções marginais (cerca de 100 metros), num comprimento total de aproximadamente 175 metros e dragagem dos sedimentos situados no canal.

Segundo o autarquia da Nazaré, em comunicado, o chefe de Divisão de Obras e Segurança, António Rodrigues, explicou que além da “importância para a proteção costeira, a obra que se inicia agora tem por objetivo a manutenção dos esporões da foz do rio Alcoa, dado que se trata de uma foz artificial pois o rio desaguava onde hoje é o Porto da Nazaré”.

“A grande vantagem desta reabilitação, que é estrutural, é manter a linha de costa estabilizada, evitar a meandrização do rio (quanto maior é, maior é a erosão a norte e a sul do paredão dunar), estabilizar toda a costa e, esperamos também, diminuir o assoreamento da barra junto aos molhes e as suas consequências para os terrenos agrícolas”.

A diminuição do comprimento dos esporões não tem permitido a fixação da embocadura da linha de água, originando o constante assoreamento da zona da foz do rio, o que provoca inundações a montante e prejuízos nos terrenos agrícolas. Esta situação obriga a constantes acções de dragagens, pretendendo-se, a longo prazo, reduzir a frequência dos assoreamentos na foz da linha de água e a consequente economia na execução de dragagens.