Sociedade

Feira de Maio regressa com mais área e à espera de meio milhão de visitantes

5 abr 2022 13:49

Município de Leiria assegura que as questões de segurança estão “totalmente garantidas”, como corredores “mais amplos”. Concertos com os nomes anunciados para 2020: James Morrisson, Pedro Abrunhosa e Gabriel O Pensador

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A Feira de Maio foi hoje apresentada no Museu de Leiria
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

Depois de dois anos de suspensão, devido à pandemia, a Feira de Leiria (vulgarmente designada por Feira de Maio) está de regresso. E volta com uma nova reorganização do espaço, que permitiu ao recinto do evento ganhar mais seis mil metros quadrados, e à espera de receber cerca de 500 mil visitantes, retomando os números da pré-pandemia.

“Estamos confiantes que vamos ter um evento extraordinário, ao nível da animação cultural, mas também económica e da dinâmica que queremos trazer para Leiria. Será o grande evento do ano”, afirmou o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, durante a apresentação do programa da Feira de Leiria, que teve lugar esta manhã.

Na ocasião, o autarca destacou a preocupação com a segurança do evento, “muito presente” na sua preparação, asseguradas que as questões de saúde estão “totalmente garantidas”, com “cuidados redobrados ao nível da circulação de pessoas", sendo que não haverá limites à entrada.

Vereadora do Desenvolvimento Económico, Catarina Louro sublinhou também a “tónica fortíssima” dada às questões de segurança, como corredores mais amplos e mais espaço para gerir filas, dando “mais condições aos operadores e aos visitantes”. Para tal, o alojamento dos feirantes foi deslocado para fora do recinto, com as caravanas a serem instaladas num terreno com cerca de 5000 metros, localizado num loteamento na zona do Planalto, “preparado com infra-estruturas de água, saneamento e electricidade”.

Com a saída do alojamento, o recinto ganhou mais seis mil metros quadrados, que pertimiu a deslocalização da área de exposição de actividades económicas do estádio para o “coração da feira”, frisa Catarina Louro, destacando outra das novidades da feira: o espaço gaming, onde pequenos e graúdos poderão divertir-se com jogos “do mais inovador ao mais tradicional”.

Os produtos endógenos vão também ganhar importância nesta edição da Feira de Leiria, com o espaço Leiria Cozinha, onde todos os fins-de-semana do evento haverá uma iguaria regional em destaque, a começar pelos vinhos e cerveja artesanais de produtores locais, passando pela morcela de arroz, pelas brisas do lis e pelo leitão da Boa Vista.

O espaço Leiria Cozinha contará também com a presença de associações do concelho, que apresentarão petiscos tradicionais e com a realização de show cookings dinamizados por chefs como Hélio Loureiro, Justa Nobre ou os leirienses Flávio Silva e Luís Gaspar.

O cartaz de concertos será o mesmo anunciado para 2020 e que não chegou a concretizar-se, com o palco do estádio municipal a receber as actuações de James Morrison e Pedro Abrunhosa, ambos no dia 21, e Gabriel o Pensador, no dia 20, entre outros artistas. Fora do Magalhães Pessoa, no palco instalado no recinto da feira, haverá 11 dias de concertos. Linda Martin, Syro, Quim Barreiros e Herman José são alguns dos nomes que irão actuar.

Feirantes contestam

No final da apresentação do programa da Feira de Maio, o presidente da câmara foi confrontado por mais de uma dezena de feirantes, que habitualmente exploram as roulotes das farturas e snacks e que contestaram o preço base fixado do concurso para a atribuição de lugares (6.000 euros, acrescidos de IVA).

Os feirantes alegam que, após dois anos de paragem da actividade, por causa da pandemia, e agora com a escalada dos preços, se trata de um valor “demasiado alto”. Lembraram ainda que há municípios que tiveram esses factores em consideração e que reduziram os valores, dando como exemplo Aveiro, onde a câmara baixou os preços “em 50%”.

“A Câmara de Leiria não foi sensível à proposta que apresentámos”, afirmou Valdemar Santos, um dos 18 operadores que, no âmbito do concurso para a concessão de espaços, apresentaram uma contraposta para que o valor base fosse fixado em 2.000 euros.

Em resposta aos feirantes, o presidente da câmara disse que “as regras estão definidas” e que não podem ser mudadas nesta fase, “porque já há pessoas que pagaram”. No entanto, assegurou que a câmara será “tolerante” e permitirá o pagamento faseado, estando disponível para, no final do evento, fazer um balanço com os feirantes”.