Idosos da Fetelaria inspiraram-se no vento e criaram uma peça para o Museu do Vidro

Coube a Herculano Ferreira e a Fernanda Eleutério, ambos habitantes de Fetelaria, a tarefa de explicar esta tarde, no Museu do Vidro da Marinha Grande, a obra que um grupo de idosos residentes naquela povoação do concelho de Sobral de Monte Agraço imaginaram e desenvolveram nos últimos meses em co-criação com artistas e músicos profissionais, no contexto do projecto Museu na Aldeia.

A peça, com o título O Vento Sopra do Sobral, construída em vidro, madeira, plástico, penas e fios, a lembrar os moinhos típicos da região Oeste, inspira-se no vento que embala a Fetelaria e que ao longo dos tempos foi agreste para a população, mas também útil e precioso.

As apresentações "A Aldeia Vai ao Museu" do projecto Museu na Aldeia começaram assim esta terça-feira, com a visita de dezena e meia de habitantes da Fetelaria, na sua maioria idosos, ao Núcleo de Arte Contemporânea do Museu do Vidro.

Na primeira fase do Museu na Aldeia, a aldeia de Fetelaria, no concelho de Sobral de Monte Agraço, recebeu uma peça do Museu do Vidro: A Praga, de Alberto Vieira.

Nesta segunda etapa do projecto, que liga 13 aldeias e 13 museus de 26 concelhos nos distritos de Leiria, Santarém e Lisboa, que estão unidos na candidatura de Leiria a capital europeia da cultura, todas as aldeias terão a oportunidade de experienciar o museu que acolheram.

Estas visitas, acompanhadas por uma actuação temática, interactiva e dinâmica, que permite a imersão das comunidades não só na exposição, mas no próprio museu e na sua história, servirão também como sessão de inauguração para as obras imaginadas e desenvolvidas em co-criação com os habitantes das aldeias.

Cada uma das peças ficará temporariamente em exposição nos respectivos museus, no decorrer dos próximos meses.

A obra inaugurada hoje pela aldeia da Fetelaria ficará patente até 5 de Junho, no Museu do Vidro.

O projecto Museu na Aldeia é da responsabilidade da SAMP - Sociedade Artística Musical dos Pousos, é financiado pelo POISE – Portugal 2020, através da Iniciativa Portugal Inovação Social e tem como investidor social a Câmara Municipal de Leiria, juntando ainda a Rede Cultura 2027 como parceiro. Reúne museus, câmaras municipais, juntas de freguesia e associações e conta com o apoio do Politécnico de Leiria e da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes. Já foi premiado pela APOM - Associação Portuguesa de Museologia na categoria Inovação e Criatividade e recebeu o prémio Património.pt para Melhor Projecto em Parceria.