Desporto

João Almeida é líder na classificação da juventude do Giro

22 mai 2022 09:30

Hoje, domingo, a 15.ª etapa liga Rivarolo Canavese a Cogne em 177 quilómetros, com duas contagens de montanha de primeira categoria e uma de segunda, na meta

joao-almeida-e-lider-na-classificacao-da-juventude-do-giro
João Almeida
DR
Redacção/Agência Lusa

O ciclista natural de A-dos-Francos, no concelho de Caldas da Rainha, João Almeida, da equipa UAE Emirates, sofreu ontem, sábado, para se segurar no terceiro lugar da geral do Giro - Volta à Itália -, numa 14.ª etapa épica onde a liderança foi para o equatoriano Richard Carapaz (INEOS).

O ciclista português, ontem sexto, subiu ao primeiro lugar na classificação da juventude.

Nesta categoria, Almeida lidera com 3:34 minutos para o espanhol Juan Pedro López (Trek-Segafredo), que levava a rosa, mas que caiu hoje para nono, com todos os outros a mais de 11 minutos, após um dia rápido e que, em teoria, favoreceria uma fuga, hoje ‘ultrapassada’ pelos homens da geral e pela superior capacidade de Simon Yates (BikeExchange-Jayco).

O britânico de 29 anos, campeão olímpico em Tóquio2020, cumpriu os 147 quilómetros entre Santena e Turim em 3:43.44 horas, vencendo a etapa com 15 segundos de vantagem sobre o australiano Jai Hindley (BORA-hansgrohe), segundo, e Carapaz, terceiro, assumindo a liderança, com sete segundos de vantagem para Hindley e 30 para João Almeida.

A 14.ª foi finalmente a etapa de que a 105.ª edição, até aqui tendencialmente previsível e muito ‘marcada’ no pelotão, precisava, com ataques e contra-ataques desde o início, a um ritmo frenético, também dado o perfil acidentado e a curta distância percorrida.

Yates, de resto, tentou desde o início, como muitos outros, que procuravam formar uma fuga numerosa que pudesse ter força para discutir a etapa, mas a BORA-hansgrohe acabou por atirar esses planos para o lixo.

A equipa germânica atacou ‘em bloco’ e levou com ela os candidatos à geral que conseguiram seguir a roda, entre eles Carapaz, com João Almeida, como outros, a descolarem.

Aí começou um ‘iô-iô’ particular do luso, que cerrou os dentes e ‘sofreu’ até poder reentrar no grupo, à semelhança do que havia conseguido no último domingo, na chegada a Blockhaus.

Para trás iam ficando vários nomes, do espanhol Alejandro Valverde (Movistar), outro apanhado no ‘corte’, como Almeida, que não teve consigo elementos da equipa para ajudar.

O mesmo, de resto, aconteceu com quase todos os favoritos, à exceção de Hindley, ‘escudado’, e a frente, após vários ataques do australiano, primeiro, e de Carapaz, depois, partiu-se definitivamente.

Ficou Yates com os dois candidatos a vestir a ‘maglia rosa’ em Turim, juntando-se depois o ‘tubarão’ italiano Vincenzo Nibali (Astana), em ano de despedida da carreira, num quarteto com três anteriores vencedores de grandes Voltas e o ainda jovem Hindley, que foi segundo no Giro em 2020.

No final, um ataque decisivo do britânico, que perdeu muito tempo na primeira semana e não pode lutar pela geral, fez a diferença, à frente de um trio que conseguiu manter longe a tentativa de Almeida recuperar novamente.

O britânico acabou por se manter a solo e ergueu os braços bem antes da meta em Turim, explicando depois que esta vitória, depois do ‘crono’ do segundo dia, “não cobre” ter perdido o ‘comboio’ da geral.

“Tinha vindo para vencer a corrida, não etapas. Espero que continue com pernas. Hoje exigiu muito esforço de toda a gente. Se o calor continuar, vai ser uma semana final muito dura”, analisou.

Se Yates chegou à 10.ª vitória em etapas de grandes Voltas, os outros ciclistas ganharam sobretudo na ‘maratona’ até à ‘maglia rosa’, desde logo Carapaz.

O equatoriano venceu a corrida em 2019 e é tido como o grande favorito, tendo Hindley, cuja equipa fez hoje uma demonstração de força, ‘à perna’, e a 30 segundos um João Almeida que, apesar de voltar a descolar na fase decisiva, seguindo depois o seu ritmo ao lado do italiano de 39 anos Domenico Pozzovivo (Intermarché-Wanty-Gobert-Matériaux), que subiu a quinto.

Nibali entrou no ‘top 10’, para oitavo, e o espanhol Mikel Landa (Bahrain-Victorious), que parecia distanciado, acabou por reduzir perdas e ainda subiu a quarto, a 59 segundos do líder.

Fora do ‘top 5’, fechado por ‘Pozzo’ a 1.01 minutos, todos os ciclistas estão a mais de 1.50, e o 10.º, Valverde, está já a 9.06 minutos da camisola rosa.

O dia ficou ainda marcado pelo abandono do neerlandês Tom Dumoulin (Jumbo-Visma), devido a um problema nas costas, e na qual Rui Costa (UAE Emirates) caiu para 54.º na geral, com Rui Oliveira, da mesma equipa, a subir a 151.º.

Hoje, domingo, a 15.ª etapa liga Rivarolo Canavese a Cogne em 177 quilómetros, com duas contagens de montanha de primeira categoria e uma de segunda, na meta.