Jovem de Porto de Mós trabalha no Dubai como jurista no apoio a investidores

Dar assessoria a investidores internacionais na área dos programas de cidadania e residência é a missão de André Gonçalves na Passaport Legacy, uma empresa de consultoria com sede no Dubai, à qual o jovem advogado de Porto de Mós está ligado há quase três anos.

A aventura de André Gonçalves nos Emirados Árabes Unidos surgiu na sequência de uma “crise de meia idade antecipada”, que o levou a trocar a sociedade de advogados em Lisboa, onde trabalhava, pelo ramo da gestão e mediação de activos imobiliários.

“Comecei a fazer algumas viagens ao Dubai em trabalho, mas também para visitar a minha mãe, e fui estabelecendo contactos. Surgiu a oportunidade e fui a uma entrevista na Passaport Legacy. Acabei contratado”, conta o jovem, de 32 anos.

A mudança para o Dubai aconteceu em Agosto de 2021 e a adaptação revelou-se “fácil”, uma vez que já conhecia a cidade e estava habituado a trabalhar em Inglês. Além disso, “ajudou muito ter cá família [a mãe]”, reconhece André Gonçalves, que aponta a multiculturalidade do Dubai como um dos aspectos que mais aprecia na cidade.

“Só 12% da população [dos Emirados Árabes Unidos] é natural daqui. O restante são estrangeiros, que vêm de todo o mundo. Há um ambiente muito jovem e competitivo. Os rendimentos são mais elevados, permitindo um estilo de vida confortável”, descreve o advogado, que trabalha com investidores internacionais, aconselhando-os sobre os vários programas existentes na óptica da cidadania e autorização de residência por investimento. “Dou aconselhamento a pessoas de todo o mundo sobre as opções mais indicadas e faço o acompanhamento dos processos”, contextualiza.

Das artes para o Direito

Natural de Mendiga, freguesia do concelho de Porto de Mós, André Gonçalves estudou artes no ensino secundário, mas os exames finais nesta área “não correram bem”, pelo que, na hora de se candidatar à universidade escolheu Direito. “Fui à aventura e acabei por gostar do curso”, conta.

Finda a licenciatura, ainda fez a componente lectiva do mestrado, que não chegou a concluir. Fez o estágio de advocacia numa sociedade especializada em Direito Laboral, passando depois por mais dois escritórios, incluindo a empresa EDGE Internacional Lawyers, em Lisboa, da qual foi sócio e onde esteve entre 2018 e início de 2021.

Passou ainda pelo departamento jurídico da Habitat Invest, sociedade dedicada à gestão e mediação de activos imobiliários, onde ficou até à mudança para o Dubai e para a Passport Legacy, empresa fundada em 2018 por investidores suíços, com sede nos Emirados Árabes Unidos e que tem escritórios em Singapura, Beirute e Nigéria, preparando-se para abrir em Zurique.

O regresso a Portugal faz parte dos planos de André Gonçalves, mas não no curto prazo. “Não é altura de voltar. Tenciono ficar fora mais uns anos e, um dia, ter uma vida mais pacata, em Porto de Mós”, revela, assumindo que a vontade de regressar aumenta “a cada visita” que faz ao País. “As saudades de casa, da família e dos amigos fazem parte da vida de quem está fora. Também sinto falta da comida. No Dubai, há dois ou três restaurantes portugueses, mas não é a mesa coisa.”