Sociedade

Leiria classifica metade dos concelhos entre os 100 melhores no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses

13 dez 2021 09:34

Na lista dos municípios de média dimensão estão Alcobaça, Marinha Grande, Pombal, Porto de Mós e Ourém (este, do distrito de Santarém)

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Concelho de Leiria aparece entre os 100 melhores de grande dimensão no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020
Jacinto Silva Duro
Redacção/Agência Lusa

Numa análise por distritos, Aveiro, Lisboa, Faro e Leiria foram os que conseguiram integrar metade ou mais dos seus municípios na lista dos 100 melhores do País, relativamente à eficácia e eficiência na gestão financeira, segundo o ranking global do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020, apresentado hoje numa conferência online, a partir das 10 horas, aqui. 

No ranking global dos municípios de grande dimensão (16), liderado por Santa Maria da Feira, o concelho de Sintra, no distrito de Lisboa, surge em segunda posição, seguindo-se, na terceira, Leiria, Maia, Porto, Oeiras, Almada, Amadora, Cascais, Barcelos, Vila Franca de Xira, Matosinhos, Vila Nova de Famalicão, Odivelas, Guimarães e Lisboa.

Nos municípios de média dimensão (35), entram na tabela global do 100 mais bem classificados Alcobaça, Marinha Grande, Pombal, Ourém e Porto de Mós, além, de Abrantes, Lagoa (Algarve), Oliveira de Azeméis, Castelo Branco, Tavira, Montijo, Albufeira, Moita, Benavente, Ovar, Estarreja, Aveiro, Bragança, Torres Vedras, Palmela, Lagos, Alenquer, Loulé, Marco de Canaveses, Faro, Odemira, Silves, Ílhavo, Arou, Mafra, Viseu, Cantanhede, Ponte de Lima e Vale de Cambra.

Já nos 49 municípios de pequena dimensão na lista dos 100 mais bem classificados globalmente, está o Bombarral, num ranking liderado por Santana, seguindo-se Murtosa, Penedono, Coruche, Arronches, Santa Cruz das Flores, Ponta do Sol, Vila Nova de Foz Côa, Chamusca, Aguiar da Beira, Mértola, Penamacor, Mealhada, Grândola, Calheta, Cadaval, Almeida e Boticas.

Publicado desde 2003, o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, que conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas, com o objetivo de ser uma referência na monitorização da eficiência do uso de recursos públicos pela administração local. À semelhança de anos anteriores, a edição de 2020 foi coordenada pela investigadora do IPCA Maria José Fernandes.

O documento conclui que, cerca de 77% dos municípios portugueses fecharam 2020 com uma situação “não muito favorável” relativamente à eficácia e eficiência na gestão financeira, segundo o ‘ranking’ global do Anuário Financeiro.

“Em resultado da aplicação do ranking global, só 71 municípios se poderão considerar com um nível satisfatório de eficácia e eficiência financeira”, revela o anuário.

Dos 308 municípios portugueses - organizados por dimensão, dos quais 24 definidos como grandes (mais de 100 mil habitantes), 96 médios (entre 100 mil e 20 habitantes) e 188 pequenos (menos de 20 mil habitantes) -, 237 municípios (76,9% do total do universo) apresentaram uma pontuação global inferior a 50% da pontuação total do ranking global, pelo que “a situação não foi muito favorável” para estas autarquias em termos de eficácia e eficiência na gestão financeira.

A pontuação máxima a atribuir a um município poderá ser 1.800 pontos, com base em nove indicadores, designadamente índice de liquidez, EBITDA sobre os proveitos operacionais, peso passivo exigível no ativo, passivo por habitante, taxa de cobertura financeira da despesa realizada no exercício, grau de execução do saldo efetivo, índice de dívida total, índice de superavit e impostos diretos por habitante.

Segundo o Anuário Financeiro, a pontuação máxima registada em 2020 foi de 1.544 pontos, alcançada pelo município de Santana, concelho de pequena dimensão localizado na Região Autónoma da Madeira, seguindo-se a pontuação de 1.497 atribuída a Abrantes (município de média dimensão), no distrito de Santarém, e de 1.475 obtida por Santa Maria da Feira (município de grande dimensão), no distrito de Aveiro.

Dos 71 municípios em situação satisfatória, dez obtiveram uma pontuação global superior ou igual a 80% da pontuação total, dos quais em termos de dimensão quatro são grandes, três médios e três pequenos; 15 tiveram uma pontuação global superior ou igual a 70% e inferior a 80% da pontuação total – um grande, seis médios e oito pequenos –; e 46 obtiveram uma pontuação global superior ou igual a 50% e inferior 70% da pontuação total - sete grandes, 16 médios e 23 pequenos –.

Entre os 237 municípios com pontuação desfavorável - inferior a 50% da pontuação total – estão 12 concelhos de grande dimensão, 71 médios e 154 pequenos, de acordo com a informação do Anuário Financeiro.

Em relação à avaliação efetuada para 2020, “dos 100 municípios com melhor classificação, 16 são de grande dimensão, 35 de média dimensão e 49 de pequena dimensão”, refere o documento.

“Representando os pequenos municípios 60,1% do total do universo, conclui-se que, genericamente, os municípios de pequena dimensão são os que apresentam maior dificuldade em integrar o ranking dos 100 melhores municípios, em termos de eficácia e eficiência financeira, situação justificada, essencialmente, pelo baixo valor de receitas próprias, designadamente as provenientes de impostos”, indica o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020.