Sociedade

Ministro da Administração Interna garante que a rede SIRESP não falhou nos incêndios de Leiria

31 jul 2022 15:37

Governo reconhece congestionamento por sobrecarga de chamadas

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“A rede SIRESP não falhou. Convém sermos muito claros. Houve picos de congestionamento. Significa que naquele período houve mais de meio milhão de chamadas e a média do tempo de espera em relação a esse pico foi de 3,20 segundos. Aquela que demorou mais tempo, pouco passou de um minuto". As palavras são de José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, na cerimónia do 75.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande.

Segundo o governante, a "rede não falhou". "Estamos a falar de um congestionamento nas chamadas que foram feitas ao mesmo tempo e chamadas, sobretudo, a demorarem muito tempo e, por isso, bloquearam outras na entrada no sistema”, acrescenta.

O ministro da Administração Interna salienta que, à semelhança das declarações da secretária de Estado da Proteção Civil, as suas afirmações baseiam-se na “informação que lhe prestaram as autoridades técnicas”, pois são elas “que podem validar as matérias de natureza técnica”.

“O poder político não se pode pronunciar sem o suporte técnico. É com base num suporte técnico que a senhora secretária de Estado se pronunciou e eu próprio me estou a pronunciar”, reforçou.

Confrontado com o facto da informação técnica ser dada por uma das “partes interessada”, José Luís Carneiro refere que “há um registo de todas as chamadas e há prova desse registo”.

José Luís Carneiro revela ainda que no momento do “congestionamento”, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil tomou a decisão de “mobilizar duas unidades de comunicações móveis, uma que ficou na Freixianda [Ourém] e outra nos Bombeiros de Ansião”, para haver redundância capaz de garantir que todas as comunicações estavam em sistema de funcionamento”.

“Foram mobilizados os meios para garantir a redundância eléctrica de forma a que se algo pudesse acontecer também estivesse salvaguardada a redundância de funcionamento de energia”, acrescenta.

Rui Rocha não comunga da mesma opinião. Depois de ouvir as declarações do ministro, o presidente da Federação dos Bombeiros de Leiria afirma que ninguém lhe contou: "Estive no teatro de operações em Ansião. Estive a acompanhar comandantes no terreno e várias vezes tentaram a comunicação através do SIRESP e não conseguiram. A forma de reportar os pontos de situação foi via de telemóvel.”

Segundo revela, o comandante dos Bombeiros de Alvaiázere “registou na fita do tempo a dificuldade ou a impossibilidade de utilizar esse sistema de comunicações”

“O que foi dito pela secretária de Estado e pelo senhor ministro não me tranquiliza. Aquilo que esperamos de um sistema como o SIRESP que é um sistema para estar disponível em prontidão, em emergência e em carga forte, é que funcione em muitas comunicações”, frisou.