Sociedade

Morreu Álvaro Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça natural da Nazaré

23 out 2025 09:29

Antigo magistrado e governante faleceu, esta madrugada, aos 83 anos

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Antigo ministro da Justiça, que foi Procurador-Geral Adjunto, Álvaro Larorinho Lúcio faleceu, esta madrugada, aos 83 anos em casa. A informação é confirmada à agência Lusa pelo presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira, terra natal do jurista.

Nascido naquela vila piscatória, Laborinho Lúcio ainda pensou seguir teatro, como o próprio recordou em entrevista ao JORNAL DE LEIRIA, publicada em Fevereiro de 2024, mas acabou por enveredar pelo Direito, formando-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde obteve também o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.

Acabou depois por ingressar na magistratura, tendo sido Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspector do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, director da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Em termos políticos, desempenhou vários cargos. Foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça, durante o governo de Cavaco Silva, e Ministro da República para os Açores, durante a Presidência de Jorge Sampaio.

Sócio-fundador da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e da CRESCER-SER, foi membro de várias outras associações.

Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

Laborinho Lúcio dedicou-se ainda à escrita de ficção. Em 2014, publicou o seu primeiro livro nesta área, intitulado O Chamador, seguindo-se mais três romances. Aquando da entrevista ao JORNAL DE LEIRIA tinha acabado de publicar A vida na Selva, um livro de crónicas, que, não sendo uma autobiografia, recorda a infância e a adolescência vividas na Nazaré, a crise académica de 1962, que viveu como estudante de Direito em Coimbra, a ligação ao teatro e a carreira como magistrado.

Leia a entrevista completa, publicada a 22 de Fevereiro de 2024:

“Não temos de travar o progresso, mas temos de ter poder sobre ele"