Sociedade

Municípios querem que Lagoa de Óbidos seja zona húmida classificada

2 fev 2022 16:05

Anúncio feito durante a apresentação do Projecto “BioLagoa de Óbidos”

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Lagoa de Óbidos
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“Vamos, em conjunto [municípios de Óbidos e Caldas da Rainha], fazer uma candidatura para classificação da Lagoa de Óbidos a Zona Húmida Classificada, no âmbito da Convenção de Ramsar”, que tem como objectivo criar esforços para assegurar a conservação das zonas húmidas, anunciou o presidente da Câmara de Óbidos, durante a apresentação do projecto “BioLagoa de Óbidos – Aves aquáticas da Lagoa de Óbidos”.

Filipe Daniel referiu que o concelho “tem um conjunto de medidas para a Lagoa de Óbidos, quer a montante, quer a jusante”, algumas das quais passam por parcerias com o concelho das Caldas da Rainha. 

“Este será o primeiro de muitos projectos em conjunto”, garantiu, hoje, Dia Mundial das Zonas Húmidas.

Esta é uma visão partilhada pelo autarca de Caldas da Rainha, Vítor Marques. “Há um conjunto de projectos que são comuns ao território e é isso que vamos fazer, sermos bons vizinhos”, disse.

O projecto de monitorização BioLagoa, apresentado hoje no Parque de Merendas do Arelho, será desenvolvido pela Associação Pato, em parceria com a Águas do Tejo Atlântico, entidade responsável pela despoluição da bacia hidrográfica da lagoa.

Pato fará monitorização das aves da Lagoa de Óbidos

Alertar para a riqueza e diversidade das aves aquáticas da Lagoa de Óbidos, assim como potenciar a sua conservação, é o principal objectivo do projecto que a associação Pato desenvolverá em torno deste ecossistema.

Sara Moreira, bióloga, explica que o BioLagoa terá uma componente de educação ambiental e outra científica. A este nível, estão previstas contagens mensais das aves aquáticas em seis pontos fixos em redor da lagoa, que decorrerão ao longo de dois anos.

O trabalho de monitorização, a executar por um ornitólogo, visa recolher dados que permitam perceber “a densidade populacional das aves aquáticas na zona da lagoa, a sua distribuição e movimentos migratórios”.

Segundo Sara Moreira, pretende também “avaliar eventuais alterações” no ecossistema decorrentes das dragagens já executadas e em curso na lagoa. “Iremos recolher dados que nos ajudarão a compreender melhor o estado deste ecossistema”, acrescenta a bióloga, que não esconde o desejo de, no futuro, o estudo ser alargada a outros seres vivos além das aves aquáticas.

Apresentado esta quarta-feira, por ocasião do Dia Mundial das Zonas Húmidas, o projecto contempla também a realização de acções de formação abertas ao público em geral e actividades de educação ambiental dirigidas a alunos do 1º ciclo do concelho de Óbidos.

O projecto da associação Pato conta com a parceria da Águas do Tejo Atlântico, responsável pela despoluição da bacia hidrográfica da lagoa de Óbidos, e do Município de Óbidos.