Sociedade

Nuno Lopes: "Só não chora quem não sente. A vida é para ser vivida e contada, para se viver com paixão"

15 jan 2017 00:00

Música, cadernetas da bola e memórias do Alentejo na Impressão Digital desta semana.

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Fez no ano passado 25 anos que começou a tocar com os Estado Sónico. Também era uma cadeira de sonho?
Cadeira de sonho só pode existir uma. Ter uma banda de música era um sonho de criança concretizado na adolescência.

É verdade que arranjou trabalho para pagar a primeira bateria?
É verdade. As férias grandes da escola eram passadas a trabalhar e foi nessa altura que decidi comprar uma bateria que acabei por vender ao Jorge Mourato.

O que significava para um adolescente ser baterista de uma banda rock e ganhar, por exemplo, o concurso de música moderna do Bar Ben, em Alcobaça?
Era para nós a ideia da afirmação local e de que caminhávamos no caminho certo. Muito marcante, sem dúvida.

Hoje os timbalões e a tarola estão a ganhar pó?
Neste momento o tempo disponível não estica, mas a bateria está sempre pronta a tocar, sozinho ou com os meus Estado Sónico. Hoje em dia tocar para mim é terapia, não esquecer as origens, é um grande exercício de memória.

O que anda a ouvir, nas viagens entre a Marinha Grande e Lisboa?
Wintersleep, Arcade Fire, Coldplay e alguns clássicos de outrora.

Quando começou a tocar com os Estado Sónico, o que é que o seu treinador do hóquei achou da ideia?
A música e o hóquei andaram sempre à briga, mas para mim nunca houve dúvidas. O hóquei esteve sempre na frente de tudo, até da escola. Na hora da verdade o meu treinador sabia que o hóquei ganhava à musica.

Além de treinador de hóquei, é administrador de uma empresa. As estratégias de comando são as mesmas?
Complementam-se. Por vezes recorremos a estratégias vividas de um lado e aplicamos no outro. A gestão desportiva tem o mediatismo, a paixão clubista e por vezes é muito emocional; a gestão empresarial tem de ser muito racional, no entanto, repito, em muitos pontos são semelhantes.

Grita mais no ringue ou no chão de fábrica?
Por norma quem me conhece bem sabe que eu grito em todo o lado, ou seja, falo alto. Quando iniciei a escola primária a minha mãe foi chamada várias vezes à professora para me corrigir isso. Enfim, tentaram, mas não conseguiram. É a minha imagem de marca.

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