O Xana partiu para o Luxemburgo com a bagagem repleta de sonhos

Não haverá muitas pessoas ligadas ao fenómeno desportivo em Leiria que saiba quem é o Jorge Branco, mas também não haverá muitas pessoas ligadas ao desporto da cidade que não o conheça pela alcunha.

O Xana começou por ser um guarda-redes intransponível. Depois, com o passar dos anos, e após uma longa carreira, trocou a baliza pelo banco e tornou-se num mestre da táctica, guiando com sucesso vários clubes de futsal da região.

O pessoal do atletismo, do pentatlo moderno e do ténis-de-mesa, mesmo que não o reconhecessem pelos feitos no futsal, sabiam que era um dos “donos” do estádio. Há anos que era um responsáveis pelo Magalhães Pessoa, uma daquelas figuras sempre disponíveis para ajudar.

Era, porque deixou de ser. No final do ano que agora se finou, resolveu ir atrás do sonho e partiu para o Luxemburgo, onde irá orientar a equipa sénior masculina do FC Differdange 03, clube que ostenta o título de campeão nacional e é composta em 95% por jogadores portugueses ou luso-descendentes.

Não haverá, pois, barreiras linguísticas a complicar a tarefa do treinador. A estreia oficial está marcada para o próximo domingo.

“Saudades do estádio, por enquanto, não tenho. Tenho sim das pessoas que nestes últimos anos trabalharam, e muito, ao meu lado. O estádio não é só futebol, como a maior parte das pessoas julga”

Quando o convite surgiu, o técnico pensou primeira na família, mas rapidamente percebeu o que todos queriam. “Por vezes, sair da nossa zona de conforto também é positivo. Se não viesse ficaria sempre a pensar como teria sido”, diz o treinador, considerado o melhor do ano para a Associação de Futebol de Leiria após ter levado o Concha Azul, de São Martinho do Porto, ao título distrital em 2