Economia

Panificação e pastelaria, um negócio que vale 730 milhões de euros

26 dez 2020 12:26

Queda O impacto da pandemia “foi menor” no sector da panificação e pastelaria do que noutros, de acordo com um estudo da Informa D&B. Mesmo assim, muitas empresas vão terminar o ano com prejuízos

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Mais de 60% das empresas do sector actuam na área da panificação
DR
Raquel de Sousa Silva

O agravamento da concorrência entre os operadores, uma maior sensibilidade dos clientes ao preço e a “forte queda da procura” por parte da hotelaria são alguns dos constrangimentos sentidos pelas empresas de panificação e pastelaria, cujo volume de negócios atingiu os 730 milhões de euros no ano passado.

Constrangimentos que, aponta a consultora Informa D&B, “permitem antecipar uma queda de receitas e da rentabilidade do sector da panificação e pastelaria industriais em 2020”. “Ainda assim, cerca de metade das empresas apresenta resiliência financeira elevada ou média-alta, facto que poderá ser decisivo para enfrentarem a presente conjuntura”.

A consultora frisa que sendo este um sector com grande quantidade de pequenas empresas, “a sua capacidade para enfrentar o futuro próximo é muito variável”. Tal como são variáveis os impactos decorrentes da pandemia.

“Registamos quebras de 40%”, revela Armando Rato, administrador da Brisanorte. “O nosso forte é a pastelaria, não o pão”, aponta o empresário de Leiria, para explicar que os seus produtos são vendidos sobretudo nos espaços da empresa, que estiveram fechados na fase inicial da pandemia. Por outro lado, bolos para eventos e para aniversários e doces para restaurantes, segmento em que a marca é forte, também praticamente deixaram de se vender.

“Não conheço o estudo, mas reconheço que a panificação pode ter sofrido menos os efeitos da pandemia, sobretudo se trabalha com supermercados”, afirma Hélder Pires. O responsável pela Pires Pastelarias, sediada em Leiria, adianta que o pão “tem um peso reduzido” no negócio da empresa e que os impactos da pandemia se vão sentir “de forma significativa”.

O facto de a empresa ter aberto no final do ano passado mais lojas acabou por ajudar a minimizar um pouco as quebras nas vendas. “Havendo mais espaços a funcionar, acaba por não se sentir tanto a quebra. Sem as novas lojas, a descida seria de 40%”.

Assim, estima Hélder Pires, o ano de 2020 vai terminar para a Pires com quebras de facturação na ordem dos 15%, “mas também com muito mais despesas, devido a rendas e a encargos com funcionários” das novas pastelarias.

Apesar de ter “muito trabalho”, “são artigos pequenos e encomendas em pouca quantidade”, o que afecta a produtividade e os resultados, diz por sua vez Rui Marques, da empresa Atelier do Doce, em Alfeizerão, Alcobaça.

Embora por estes dias as vendas tenham melhorado, sobretudo devido ao bolo-rei, tal não é suficiente para compensar as quebras ao longo dos últimos meses. “Este vai ser um ano para acabar a zeros, o que já não é muito mau. Talvez se consiga chegar ao positivo”, espera o

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