Sociedade
Politécnico de Leiria formalizou pedido para transformação em Universidade de Leiria e Oeste
Instituição entregou proposta ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação

O Instituto Politécnico de Leiria formalizar o pedido para a transformação em Universidade de Leiria e Oeste. Segundo um comunicado enviado para as redacções, a proposta, aprovada pelo Conselho Geral da instituição, foi enviada ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
O mesmo documento cita o o presidente da instituição que refere que a proposta “fundamenta-se numa trajectória de mais de quatro décadas dedicadas à excelência académica, à investigação aplicada e ao impacto socioeconómico”.
Carlos Rabadão adianta que o IPLeiria “supera os requisitos legais para se constituir como universidade, posicionando-se como uma instituição de ensino superior plenamente capacitada para assumir este estatuto”.
A transformação do Politécnico de Leiria em Universidade de Leiria e Oeste, sublinha, “não apenas cumpre a lei, como responde a uma necessidade estratégica nacional: criar uma universidade pública de excelência, que se projeta a partir do território que ocupa para todo o País e alinhada com as prioridades da Europa”.
Os requisitos das universidades, segundo o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, exige o cumprimento de requisitos mínimos em cinco dimensões: oferta formativa, corpo docente, infra-estruturas, actividades de ensino e investigação e participação em unidades de I&D.
Para o presidente do politécnico, a instituição que dirige “não só satisfaz integralmente estes critérios, como os ultrapassa em múltiplos indicadores”.
A avaliação das 15 Unidades de Investigação & Desenvolvimento (I&D) associadas ao Instituto Politécnico de Leiria, divulgados no dia 15, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, mostra que oito alcançaram a classificação ‘Excelente’ e cinco a classificação ‘Muito Bom’, tendo duas obtido a avaliação de ‘Bom’.
“Estes resultados vieram confirmar que o Politécnico de Leiria já opera no domínio universitário e legitimam a nossa aspiração em nos transformarmos em Universidade. Além de reforçar o nosso compromisso com a criação e partilha de conhecimento, e de incrementar a apresentação de novos projetos ao nível da investigação, estas avaliações abrem novas oportunidades para alargarmos a oferta formativa de programas doutorais”, afirma.
Cada uma das cinco escolas do Politécnico de Leiria tem agora, pelo menos, uma unidade de investigação associada com classificação de ‘Excelente’ e/ou ‘Muito Bom’, o que significa que todas cumprem os requisitos exigidos para outorgar o grau de doutor.
O IPLeiria oferece atualmente 46 licenciaturas, 58 mestrados e quatro programas doutorais, cumprindo ainda os requisitos para a atribuição dos graus de licenciado, mestre e doutor no subsistema universitário.
Quanto ao corpo docente, a 31 de Dezembro de 2024 contava com 531 docentes com o grau de doutor e 30 investigadores, correspondendo a um doutor por 23,9 estudantes e 85,7% de docentes e investigadores com grau de doutor em tempo integral, "ultrapassando a exigência legal e garantindo massa crítica para a realização de investigação avançada".
No que toca a infraestruturas, a instituição dispõe de cinco campi modernos, com mais de 130 laboratórios especializados, quatro bibliotecas que disponibilizam o acesso a mais de 200 mil documentos, incluindo livros, artigos e recursos digitais, residências com capacidade para cerca de 1.300 estudantes e infra-estruturas sustentáveis.
Quanto ao ensino e investigação, a nota assegura que a instituição cumpre e "expande a missão universitária definida no regime jurídico das instituições de ensino superior, apresentando investigação orientada para desafios societais, como são exemplo os 66 projectos de I&D em execução em 2024, dos quais 21 internacionais.
Ao nível da transferência de conhecimento, destaca-se a concessão de 26 patentes entre 2022 e 2024 e a forte ligação com as empresas regionais.
No que toca à internacionalização, em 2024, a instituição contava com 1.487 estudantes de nacionalidade não portuguesa matriculados, destacando-se ainda os doutoramentos orientados em parceria com universidades estrangeiras e a integração na universidade europeia RUN-EU.
"A proposta fundamenta-se na combinação de fatores internos e externos: internamente, visa expandir e diversificar a oferta formativa, alinhada com os desafios globais e as prioridades europeias, fortalecer a comunidade interna e reforçar o contributo para avanços na ciência e na tecnologia através da investigação, da inovação e transferência de conhecimento; externamente, objectiva aumentar a competitividade e acrescentar valor ao País, alicerçada pelo peso económico e populacional do território de Leiria e Oeste, e pelos impactos gerados no desenvolvimento socioeconómico através da atracção e retenção de talento".
A transformação do em universidade, continua o documento, compreenderá mudanças na natureza das unidades orgânicas e de investigação, em função da missão que se pretende para a nova instituição.
"No que respeita à designação proposta - Universidade de Leiria e Oeste -, reflete a abrangência geográfica da instituição, que se encontra implantada em sete localizações, desde Pombal até Torres Vedras, e incorpora o desígnio de contribuir para a coesão territorial".