Sociedade

Presidente da Câmara quer Leiria com "ousadia" e "ambição"

22 mai 2021 12:14

Município agradece trabalho aos profissionais dos profissionais de saúde.

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No seu discurso, Gonçalo Lopes prestou homenagem aos profissionais de saúde e agradeceu a "todos os leirieses"
DR
Maria Anabela Silva

Numa cerimónia marcada pela pandemia e pelos agradecimentos ao trabalho dos profissionais de saúde, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, defendeu hoje uma filosofia para o concelho assente no "sonho, ousadia e ambição"

Na sua intervenção na sessão solene do Dia do Município, que se assinala este sábado, o autarca diz que, ao invés de "aprisionar Leiria no conformismo, na pequenez e no imobilismo", é preciso "semear sonho, a ousadia e a ambição".

Ser capital europeia da cultura e posicionar Leiria entre os territórios mais atractivos para o investimento na área das novas tecnologias e para a captação e retenção de talento são algumas das ambições que presidente da Câmara traça para Leiria e cuja concretização já "está em curso".

No seu discurso, Gonçalo Lopes prestou também um "profundo" agradecimento aos profissionais de saúde que estiveram na linha da frente no combate à pandemia de covid-19.

"Não há palavras que traduzam a nossa gratidão, não há dinheiro que pague a vossa entrega e a vossa generosidade”, afirmou Gonçalo Lopes, considerando que “as mulheres e homens que estiveram expostos aos riscos na linha da frente desde o primeiro minuto são os heróis entre os heróis que lutam por nós contra a pandemia”.

Segundo Gonçalo Lopes, ao longo destes 14 meses de pandemia, “tornou-se evidente uma homenagem que seria incontornável nesta cerimónia”, aos profissionais da saúde, do público e privado, personalizados pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Centro Hospitalar de Leiria e Laboratórios Beatriz Godinho.

O presidente da câmara sustentou que as medalhas entregues àquelas entidades “simbolizam o abraço de reconhecimento e gratidão” que a “população desejaria dar a todos os profissionais de saúde”, salientando que este agradecimento se estende aos setores assistencial e económico e aos leirienses que, neste período, “deram um exemplo de união e espírito de resiliência que é extraordinário”.

Reconhecendo que este “tem sido também um tempo de despedidas antecipadas, de heróis que partiram antes do tempo, apanhados na curva da vida por uma epidemia injusta e impiedosa”, Gonçalo Lopes recordou o bombeiro-ciclista recordista do mundo Carlos Vieira para “prestar homenagem às 166 vítimas [mortais] que esta pandemia fez até ao momento” no concelho de Leiria. De seguida, fez-se um minuto de silêncio.

Apesar da pandemia, Gonçalo Lopes salientou que hoje é um dia feliz para Leiria, com a reabertura do Castelo, após uma “profunda intervenção de valorização patrimonial”.

“Com este investimento vencemos o declive e trouxemos o Castelo para o nível da cidade, democratizando, com a construção de três elevadores, o acesso ao nosso monumento”, defendeu.

Despedidas de António Sequeira e Fernando Costa

A pandemia esteve também presente no discurso do presidente da Assembleia Municipal de Leiria (AML), António Sequeira. Na última intervenção que fez no Dia do Município, destacou o papel que o poder local tem tido no combate à pandemia e na minimização dos seus impactos e prestou reconhecimento a profissionais de saúde e a todos aqueles que nunca pararam durante a crise pandémica.

De saída da vida política autárquica, à qual esteve ligado durante cerca de 40 anos, António Sequeira disse que sai "tranquilo e confiante", com a convicção que "venha com quem vier, o Município tem condições estruturais e financeiras para contribuir crescente qualidade vida" dos cidadãos.

O presidente da AML deixou ainda um repto a quem vier a assumir a gestão do município: eleger a resolução do "grave" problema da poluição suinícola como "um desígnio".

"As gentes da região não vão perdoar o arrastar do problema por muito mais tempo", afirmou António Sequeiro, apontando a "falta de vontade política" como o principal entrave à resolução do problema, criando "a sensação permanente de regresso à estaca zero".

Também a despedir-se da vida autárquica, Fernando Costa, vereador do PSD, prestou homenagem aos profissionais de saúde e abordou vários dos temas que marcaram as suas intervenções públicas ao longo do mandato.

O autarca falou dos "graves erros" de urbanismo, que diz terem sido cometidos neste mandato, da falta de espaços verdes, da necessidade "urgente" da ampliação do hospital de Leiria e da requalificação da linha do Oeste.

Apelou ainda para que o concelho e a região "ajudem o Politécnico de Leiria a ser instituto universitário" e apelou à "urgência" da despoluição do rio Lis, com a construção de uma estação de tratamento dedicada. "Os espalhamentos e valorização agrícola são balelas do ministério da agricultura. Andamos há anos a ser enganados", afirmou.