Economia

Produtores de vinho esperam ano com menos uvas mas de boa qualidade

13 set 2016 00:00

A poucos dias do início das vindimas, produtores de vinho ouvidos apontam para quebras na produção que podem atingir os 25%, mas estão à espera de colher uvas de boa qualidade

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Este ano deverá registar-se “uma quebra de 20% na produtividade das vinhas para a produção de vinho” na maioria das regiões vitivinícolas, de acordo com as previsões agrícolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Os dados que serviram de base ao trabalho foram recolhidos até 31 de Julho.

“Por esta altura são bem visíveis os estragos provocados pelas más condições climatéricas da Primavera, nomeadamente pela ocorrência de precipitação na fase da alimpa (que conduziu a desavinho e bagoinha) e pelo surgimento frequente de intensas infecções secundárias de míldio (muitas delas ao nível do cacho, de tratamento muito difícil)”, lê- -se no boletim divulgado pelo INE. É este cenário que justifica que, à excepção do Algarve, a diminuição da produtividade atinja quebras de 20% face à campanha anterior.

São precisamente desta ordem as quebras esperadas na Quinta da Sapeira, em Leiria. Inês Bernardino aponta o dedo às chuvas de Maio, “que prejudicaram a floração”. A responsável não consegue, para já, estimar quantas toneladas de uvas poderão ser colhidas, porque as vindimas deverão arrancar apenas entre a última semana deste mês e a primeira de Outubro. “As diferentes variedades evoluíram de forma muito diferenciada, foi um ano muito atípico”. Quanto à qualidade, espera-se “bastante aceitável”, embora, reconhece a produtora, o resultado final dependa do comportamento do clima até à colheita.

Pedro Ribeiro, enólogo responsável pela marca Vale da Mata (vinha em Cortes, Leiria), aponta para quebras de produção entre os 10 e os 15%. Mas espera uvas de “muita qualidade”. O facto de a vindima estar atrasada “vai permitir uma maturação mais prolongada e mais equilibrada”, o que deverá traduzir- -se em “grandes vinhos”. O responsável espera uma colheita de 35 mil quilos de uvas. Na Quinta do Montalto, em Ourém, prevê-se uma quebra de produção na ordem dos 25%, admite André Gomes Pereira. O responsável frisa que é difícil ser preciso nesta matéria, porque só anteontem é
que a vindima começou. Espera colher 50 toneladas de uvas (de produção biológica).

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