Desporto

Rodrigo olha para o relvado e vê um tabuleiro de xadrez

5 nov 2021 09:44

O futebol e o xadrez parecem ter uma relação como a da água com o azeite, de mistura impossível. São, no entanto, complementares e têm mais a uni-los do que a separá-los

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São duas paixões que se misturam muito mais do que as pessoas pensam
Ricardo Graça

Quando os “alas aceleram pelas linhas”, Rodrigo Basílio não consegue pensar noutra coisa que não seja nos movimentos das torres no xadrez.

O mesmo se passa com as cada vez mais em voga “diagonais” dos futebolistas ou até com os “passes a rasgar”, que o rapaz, à beira de completar 15 anos de idade, imediatamente compara aos deslocamentos dos bispos pelo tabuleiro.

Esta associações, que naturalmente não se ficam por aqui, são, para ele, incontroláveis e difíceis de evitar, mas não são mais do que uma consequência saudável dos muitos anos que já leva de prática desportiva de ambas as modalidades.

No mês passado, de resto, conquistou pelo quinto ano consecutivo o título nacional de partidas semi-rápidas, em xadrez, mas não é por estar nesse patamar que tem em mente deixar de jogar futebol na Academia CCMI, em Leiria, onde alinha na equipa de iniciados que disputa a Divisão de Honra distrital.

Considera, ao invés, serem modalidades, acima de tudo, complementares para um jovem da sua idade. O facto de praticar futebol permite-lhe ganhar uma capacidade física que, entende, é fundamental no momento em que está a disputar uma competição de xadrez.

“É importante estar bem fisicamente, porque os jogos são muito longos, às vezes temos dois num dia, de quatro horas cada, e temos de resistir.”

Explica até que Magnus Carlsen, número um mundial, “é acompanhado por um preparador físico”.

A justificação do prodígio norueguês de 30 anos, líder do ranking mundial desde os 19, foi dada numa entrevista ao Financial Times. “Quando se joga xadrez ao meu nível, a preparação é tão física como é mental. É vital que eu me sinta bem no meu corpo para estar na total posse das minhas faculdades”, garantiu então.

Em sentido contrário, está, naturalmente, a facilidade com que olha para o relvado e percebe a necessidade de distribuir os elementos pelo hectare de terreno do jogo.

“No futebol tenta virar-se o jogo para se ganhar algum espaço e no xadrez é exactamente igual. Não podemos querer ter as peças todas no mesmo lado do tabuleiro e quando estão presas num sítio temos de atacar por outro lado”, sublinha o rapaz que joga xadrez desde os cinco anos e futebol desd

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