A Corte na Província

Por estes dias passou pelo Distrito de Leiria a iniciativa do Governo + Próximo, que permitiu a apresentação de um conjunto de iniciativas que se esperam venham a ter concretização. Mas seria tão importante se o Governo nos viesse dizer que iria ser aberto o concurso para a conclusão do IC8, entre Pombal e Avelar, e para a requalificação do IC2.

Ou que, já que quase nada se fez nestes últimos 7 anos, seria efectivado um verdadeiro plano de ordenamento florestal, para que a tragédia de 2017, no Norte do Distrito e na Mata Nacional de Leiria, não se venha a repetir.

Ou que finalmente, graças ao número de milhões de euros de fundos comunitários que vão chegar a Portugal até 2030 (que até confunde os portugueses), seria possível finalmente construir a estação de tratamento e valorização energética de efluentes suinícolas, contribuindo decisivamente para a despoluição da bacia hidrográfica do Rio Lis.

E já que agora existe um Ministério da Coesão Territorial, serem apresentadas um conjunto de medidas que efectivamente potenciem e promovam a fixação de pessoas em territórios de baixa densidade, sejam elas de natureza fiscal ou de incentivo ao investimento.

Ou que vai ser agora que se vão resolver os graves problemas da saúde no distrito de Leiria, não duvidando da construção do novo Hospital do Oeste no Bombarral, mas sem esquecer as necessidades do Centro Hospitalar de Leiria e as graves dificuldades nas unidades de cuidados de saúde primários em quase todos os concelhos, desde logo pela persistente falta de médicos.

E que bom seria que o nosso Politécnico de Leiria, que a todos orgulha, pudesse evoluir, no curto prazo, para Universidade Politécnica, com um justo modelo de financiamento, mais meritocrático e transparente.

E que seríamos um distrito do século XXI, no que à mobilidade diz respeito, com a requalificação da Linha do Oeste na sua ligação à linha do Norte e com a passagem da alta velocidade pela capital de distrito.

E como seria bom o primeiro-ministro tentar alugar um quarto para vir tirar um curso de como governar um País, para perceber o drama de milhares de jovens estudantes que por estes dias desesperam por todo o País, mas também em Leiria.

E tentar falar com todas as escolas do distrito e conseguir dizer o número exacto de alunos sem professor a uma qualquer disciplina, para lá dos atropelos na aprendizagem por nunca mais conseguirem chegar a um consenso com a classe dos professores.

Infelizmente, parece-me que estes dois dias de proximidades serão um conjunto de iniciativas para parecer bem na televisão, continuando sem resolução os verdadeiros problemas que subsistem no Distrito de Leiria.