Opinião
A todos um bom Natal
Com a chegada do Natal, condicionado agora por este novo mundo, o que desejo é que todos possamos partilhá-lo, sem medo, uns com os outros, em segurança. E se isso implicar não estarmos tantos fisicamente juntos, como fazíamos sempre, que seja.
É incontornável não falar “do mesmo”. Já todos sabemos que o mundo mudou. Resta saber por quanto tempo.
Passaram nove meses.
Se este novo mundo tivesse uma gestação humana, estaria agora a nascer. E todos (já) saberíamos que, mesmo depois da chegada da vacina, que esperemos eficaz, devemos, mesmo assim, manter medidas de higiene social.
Hoje, não nos aproximamos e muito menos nos tocamos, mas e quando a vacina chegar? Vamos todos, por favor, abraçar-nos com confiança e sem medo. Precisamos, demais, disso.
Mas, quando tossirmos, por favor também, continuemos a fazê-lo como agora. E quando nos constiparmos, coloquemos uma máscara, sem medo também.
Para proteger o outro, porque é para isso que ela serve. E continuemos também, não esquecer, a renovar o ar dos nossos edifícios, todos, sempre. Porque “nem só de coronavírus se fazem as infeções respiratórias”.
Elas já cá andavam antes, bem antes, e continuarão a andar. E em larga escala também.
Como exemplo, a tuberculose mata, há vários anos, silenciosamente, mais de um milhão e meio de pessoas por ano, um número que agora tanto nos impressiona...
É isto que, nove meses depois, é preciso fazer nascer neste novo mundo.
Todas estas medidas, importantes para ajudar a controlar a propagação deste vírus, continuarão a sê-lo, com os devidos ajustes, depois desta estar controlada.
Não vamos precisar de viver afastados uns dos outros, mas é (muito) importante manter os bons hábitos que agora adquirimos ou reforçámos.
Com a chegada do Natal, condicionado agora por este novo mundo, o que desejo é que todos possamos partilhá-lo, sem medo, uns com os outros, em segurança. E se isso implicar não estarmos tantos fisicamente juntos, como fazíamos sempre, que seja.
Mas que seja por uma boa causa.
Que valha a pena, para que 2021 possa nascer já verdadeiramente num novo mundo.
Não de medos, desconfianças e incertezas, mas de certezas, confiança e coragem.
Verdadeiramente, não é o número de pessoas reunidas que importa, mas “o que se faz com elas”.
Dez pessoas numa sala minúscula e fechada é mais contagioso do que vinte num salão enorme e arejado.
Por isso, ao tomarem as vossas decisões para este Natal, não cumpram regras cegamente mas conscientemente.
Peguemos no que sabemos ser importante para evitar contágios e não optemos pelos espaços mais exíguos, mas sim pela casa maior. E arejada.
Ainda que faça frio, abrir as janelas (dois minutos a cada duas horas, que seja) ajuda e não arrefece assim tanto.
E usemos máscaras, se preciso for.
Afinal, estaremos com as caras que melhor conhecemos...
Na refeição, mesa farta (e saudável, claro) mas não apertada.
Cada núcleo familiar pode ficar junto, porque é assim que coabitam, mas afastemos (apenas fisicamente) as várias famílias dentro da mesma família.
Uns dum lado, outros do outro, mas juntos, que é o que importa.
Até um máximo de dez, claro.
Sim, porque as regras são para cumprir, mas para cumprir com sentido.
Se todos o fizermos, todos contribuiremos para um bom Natal.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990