Opinião
A tosta de galinha
No início dos anos 80, mudei-me do CCMI
(Colégio Conciliar de Maria Imaculada, que também foi CECCA, Cooperativa de Ensino e Cultura da Cruz da Areia, durante os conturbados anos do PREC, em que tudo tendia a revolucionário, cooperativo e popular) para o Liceu Francisco Rodrigues Lobo.
Da periferia da cidade de Leiria (que era então, como hoje, uma cidade pequena), passei para bem mais próximo de seu centro. Esta mudança não foi para melhor nem para pior. Foi para diferente.
Depois de 12 anos a estudar num colégio católico de freiras dominicanas, misto, já desde antes de 1974, passei para um liceu público. Andava pelo 9º ano. Passei a conhecer gente diferente. Arranjei novos amigos.
Mas o centro da vida, a Malta da Rua, essa continuava lá, na minha rua, com os meus vizinhos, com a malta que crescia comigo. Mas tudo isto vem a propósito da grande descoberta que veio com a mudança de escola.
Em frente à porta de entrada do liceu havia um café (acho que ainda há), para onde nos escapávamos sempre que era possível. Foi aí que descobri a Tosta de Galinha.
Não, não era pasta como hoje se encontra um pouco por toda a parte, nas sandes, baguetes ou tostas de pasta de frango, delícias-do-mar ou de atum.
Não. Era mesmo galinha (ou se calhar frango, mas sabia mesmo a galinha). Por vezes ainda se encontrava um pequeno osso lá misturado (ainda não havia a ASAE).
Normalmente a Tosta de Galinha vinha na companhia de um batido. O meu preferido era de limão. Era feito com gelado de limão. Ácido. Um verdadeiro maná.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.
*Cineasta