Opinião

Achtung, Baby!

20 jun 2017 00:00

Sou pai há cinco anos. A experiência da paternidade, o facto de a mãe do Fausto ser também cantora nunca passou despercebido, fazendo “confusão” às pessoas.

O mais importante para nós não era essa percepção, mas sim aprender quem e como era o Fausto. Comprei muita literatura sobre o tema da paternidade. Quase nenhuma me foi útil. Ou não funcionava bem assim, ou, simplesmente, não havia tempo para experimentar.

Em vez de me revoltar contra os autores, fui cedo descobrindo que cada criança é um caso. Crescer com um filho é um encontro entre personalidades; entre algo inato e algo que se adquire pelo contacto.

Como músicos fomos beneficiados pelo facto de termos sempre vivido sob uma espécie de rigor logístico, que nos permite viajar pelo mundo mas ter chão, virando a ampulheta, ganhando mais umas horas.

Também como músicos, fomos iniciados no caos e na gestão de expectativas, o que nos fez encaixar as dificuldades e reduzir o impacto de existir alguém que é bem mais importante que nós.

Muita gente que nos conhecia, nos perguntava como iríamos fazer e a única resposta possível, até para nós mesmos, foi: fazendo. Esta vida nómada que nos arranca saudades do peito é também o segredo do nosso amor e dedicação necessária para que o nosso filho se sinta o centro do nosso mundo, pois é isso que ele é para nós.

*Músico

Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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