Opinião
"Brexit": Jogar ao Monopólio?
Meu Caro Zé, Na minha missão de te informar do que por cá vai, trago-te agora uma nova palavra, “Brexit”, que anda nas “bocas do mundo”.
Assim à laia de jogo do Monopólio, em que o que se avalia é “quem ganha, quem perde” (mas o “quem” é sempre indefinido!), como se esse facto (que, desta vez, parece não ser “um facto paralelo”) não tivesse potencialmente um enorme conjunto de efeitos externos, em particular no que toca a todos e cada um dos cidadãos da União Europeia.
No dia em que o “pedido de divórcio” foi consumado foi, para mim pelo menos, chocante a profunda assimetria nos estados de alma (pelo menos, nos que transpareceram) do Presidente da UE, Donald Tusk, que, sem ambiguidades, fez notar que “este não é um dia feliz”, e da primeira ministra do Reino Unido (Unido?), que com um ar de arrogância (ela que tinha feito campanha contra o Brexit, só que, política (ou politiquice?) a quanto obrigas!, afirmava, prazenteiramente, que este era um facto irreversível.
Isto leva-me, em puros termos negociais, a colocar a situação de partida nestes termos “puros e duros”: o Reino Unido pede “prazenteiramente” o divórcio. A UE sente-se infeliz mas tem de negociar, porque não pode manter um “casamento” que não é da vontade do outro.
Então, a força negocial está, necessariamente, do lado da UE. Quem quis sair que pague as despesas da saída, ou não? Mas, Zé, isto que eu estou a dizer é ainda jogar ao Monopólio e não se brinca com coisas sérias.
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*Professor universitário