Opinião
Caro leitor, está a ouvir-me?
Às vezes esqueço-me que não é só este meu par de olhos que contorna as palavras que escrevo. É complicado.
É como se estivéssemos a tomar um chazinho juntos, numa pastelaria bem no centro da cidade, mas no banco de lá está uma sombra sem recheio. E eu solto umas queixas aqui e acolá, uns suspiros que pairam no ar, suspensos, sem eco nem resposta.
Quase como falar sozinha (estarei maluca?), é isso. Escrever é como falar cá com os meus botões. Trata-se de uma alucinação aceitável, valha-nos isso.
Pois bem, hoje apetece-me falar de emigrantes. Porque é bonito. Espero que me queiram ouvir, sentadinhos no banco de lá (façam cuidadinho que o chá ainda está a ferver). Chega Agosto e eles chegam também. Como amantes entrelaçados que se deslocam aos pares. E a gente agradece.
Nas ruas o ar é outro, mais alegre e jovial. Trocam-se abraços entre irmãos, largam-se gargalhadas com os amigos que se têm de berço, e as avós podem, até que em fim, apertar os seus netinhos que veem crescer por entre fotografias improvisadas e chamadas telefónicas em dias de aniversário. E a gente pensa na falta que nos fazem.
*Estudante
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo