Opinião

Castrati

20 abr 2016 00:00

O menos importante é que um conjunto de pessoas continue a pensar como seu aquilo que não é, e ordenam que se aja em conformidade. São aqueles que se imaginam os donos disto tudo.

Juro que não sabia de nada até começar toda a gente, entrasse onde entrasse, a perguntar-me sobre a estupidez do arranque das laranjeiras do Terreiro. Foi assim que fiquei a saber várias coisas interessantes.

O mais importante é que em Leiria as pessoas tomam muito mais os espaços públicos como seus e reivindicam de forma mais sentida e empenhada o seu direito a pronunciar-se sobre aquilo que, para eles e para a cidade, em termos latos, aqueles que são responsáveis pela sua gestão executam, do que eu suspeitava. É muito bom de ver.

O menos importante é que um conjunto de pessoas continue a pensar como seu aquilo que não é, e ordenam que se aja em conformidade. São aqueles que se imaginam os donos disto tudo. Mas, não são. E coisas assim, uma coisa tão simples como o arranque das laranjeiras, deveria ser para eles uma fonte de iluminação para perceberem melhor um mundo-outro que começa mal saem para a rua.

Um vereador, ex-responsável pelos Espaços Verdes, com a sensibilidade de uma amiba resolveu então, pelo que li e depreendo, impulsionado por uma argumentação patética que vai desde sujar o pavimento aos frutos servirem de arma de arremesso ou serem amargos (não suficientemente – fossem eles limões e outro futuro sorriria, infelizmente), arrancar as desgraçadas para as substituir por cerejeiras do Japão (Prunus serrulata var. Kanzan).

*Dramaturgo

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