Opinião
Cinema e TV | Maestro, de Bradley Cooper
Um filme sólido de Bradley Cooper, com produção de nomes tão importantes como Martin Scorsese e Steven Spielberg
Maestro, realizado por Bradley Cooper, é uma obra cinematográfica que se destaca pela sua realização e fotografia impressionante. Para quem aprecia uma boa cinematografia, este filme certamente merece a sua atenção.
Leonard Bernstein foi um maestro de extrema importância no panorama musical do século XIX, sendo uma referência ainda nos dias de hoje. Sendo o foco do filme o romance com Felicia Montealegre e a sua bissexualidade, desvia a atenção para a sua brilhante carreira, o que faz com que o título do filme perca um pouco a sua essência e fuja da grandeza de Leonard Bernstein.
Ao retratar aspectos pessoais do maestro, o filme desperdiça a oportunidade de homenagear um dos poucos grandes maestros dos Estados Unidos, talvez para ir ao encontro dos temas que a Academia quer retratar.
Maestro é, ainda assim, na minha opinião, um filme sólido de Bradley Cooper, com produção de nomes tão importantes como Martin Scorsese e Steven Spielberg, resultando numa experiência cinematográfica bastante envolvente. Embora não o ache o filme do ano, reconheço a qualidade nas áreas mais técnicas que merecem algum destaque e reconhecimento, tais como a direcção de fotografia, décor, iluminação e realização. No entanto, é importante ressalvar que, para uma pessoa imersa no mundo da música erudita, o acting de Bradley Cooper na cena da 2.ª sinfonia de Mahler pode parecer exagerado.
Em suma, Maestro é uma obra que, apesar de algumas falhas, ou falta de outras perspectivas da vida profissional de Bernstein, entrega uma experiência cinematográfica sólida e cativante.