Opinião
Condições necessárias mas insuficientes
Lembrar-te-ás da insistência com que o nosso professor de matemática nos enchia os ouvidos com a necessidade de distinguir uma condição necessária de uma suficiente.
Meu Caro Zé,
Escrevo mais cedo que o costume, regressado que sou ao meu gabinete, vindo da primeira parte de uma conferência da CIP, em que tu, seguramente, terias estado presente.
Como não pudeste estar, deixa-me alinhavar, para tua informação, que, por certo, apreciarás, porque não gostas de perder “pitada” de informação nesta matéria, umas quantas observações pessoais que me foram suscitadas pelos diversos intervenientes.
A tua primeira surpresa será o título da carta! O que é que ele tem a ver com conferência? Mas o título veio-me à cabeça quando comecei a escrever, numa conjugação de síntese mais “simplista” do que ouvi, com os nossos tempos de liceu.
Lembrar-te-ás da insistência com que o nosso professor de matemática nos enchia os ouvidos com a necessidade de distinguir uma condição necessária de uma suficiente. Pois é! Se tivesse tido tempo e paciência teria de referir aos presentes esta distinção, que vou lembrar: uma condição para algo acontecer diz-se necessária quando, se ela não ocorrer, esse algo não acontece.
Mas, atenção, ela pode ocorrer e esse algo não acontecer. Em contrapartida, uma condição para algo suceder diz-se suficiente quando a sua verificação garante que esse algo também acontece, independentemente de tudo o resto.
Dirás tu: o “maluquinho da matemática” ensandeceu definitivamente. Sem poder garantir que não tenhas razão, deixa-me, no entanto, explicar esta minha abordagem. O tema da conferência é Moldar o Futuro - o Imperativo do Crescimento.
*Economista
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.