Opinião

CULTURA, UNIVER(CIDADE) E (DES)ENVOLVIMENTO - II

14 set 2016 00:00

Os melhores têm de ser premiados, quem se esforça também!

Dos Jogos Olímpicos

O pódio dos jogos olímpicos contempla lugar para 3 medalhados por cada categoria: ouro, prata e bronze. Tanto país a concorrer como pode haver medalhas para todos? E como pode haver, no séc. XXI, o presidente de um Estado a ordenar que prendam os atletas à chegada por não terem ganho nenhuma medalha? Robert Mugabe, para quando um Zimbábue respeitador do esforço de todos? Só se premeia quem ganha? E quem se esforça, não? E quem não ganha é punido? Minha Nossa Senhora...

Do Ensino Superior Politécnico

O Decreto-Lei nº 45/2016, de 17 de agosto de 2016, mantém a garantia de transição para um contrato por tempo indeterminado, no ensino superior politécnico, embora na categoria de assistente, e com o vencimento atual, até que terminem as restrições às valorizações remuneratórias vigentes. Mas adia o ingresso na carreira, como professores adjuntos, dos atuais assistentes, equiparados a assistente, ou assistentes convidados, que em 1/9/2009 já tinham contrato, em regime de tempo integral (TI) ou de dedicação exclusiva (DE), e já doutorados ou com o título de especialista à sua data de entrada em vigor. A categoria de professor adjunto é a categoria de ingresso na carreira e corresponde à aquisição de uma das referidas habilitações, correspondendo, em termos internacionais a “Assistant-Professor”. O Ministro da CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR voltou a falhar. Urge premiar os melhores e quem se esforça neste subsistem de ensino. Sem estabilidade e sem remuneração compatível como é possível desenvolver os politécnicos e, consequentemente, as regiões onde se inserem?

Os professores convidados, na sua grande maioria, não usufruem do subsídio de exclusividade a que têm direito quando se entregam a tempo integral, e sem qualquer outra dedicação exterior, à instituição. Alguns, para além de docentes, alimentam as instituições com a produção científica exigida pela FCT e pela qualidade dos cursos ministrados e recebem cerca de menos 500 euros que os seus congéneres que, tantas, vezes, se instalam e deixaram cair, há muito, a dimensão investigativa a que a carreira obriga.

Por que razão as instituições dizem que avaliam, gastam imensos recursos na avaliação dos seus colaboradores, e não premeiam os mais produtivos? Para quê, então, tanta avaliação que nada avalia? Para quando uma verdadeira política de (des)envolvimento do ensino superior politécnico?

"É MELHOR MERECER AS HONRAS SEM RECEBÊ-LAS DO QUE RECEBÊ-LAS SEM MERECÊ-LAS." (Mark Twain)

*Professor Decano do Instituto Politécnico de Leiria

*Professor Coordenador Principal

ESECS-IPLeira e CICS.NOVA.IPLeiria