Opinião
Da insignificância
António Guterres é o cliché vivo do “político” ocidental
Insignificante é, infelizmente, a única expressão para qualificar o que foi a visita do ex-primeiro ministro de Portugal - que chegou a Secretário-Geral das Nações Unidas, a cavalo num burro, depois de ter navegado na onda do (magnífico) desígnio nacional aquando da independência de Timor-Leste; desígnio esse que abandonou à beira-pântano (quando não se esteve para chatear mais) - às capitais da guerra.
António Guterres é o cliché vivo do “político” ocidental: cheio de si mesmo, armado em esperto perante a perspectiva de boa publicidade pessoal.
Um homem que rasgou a laicidade constitucional de um país por ser melhor católico que estadista; um homem rico que manda vir o menu mais caro à beira-Tejo, e que, ao mesmo tempo, se faz posar num simulacro de águas que sobem para uma revista mundial.
Perante a tragédia da guerra (que todos têm, sem excepção, alimentado) o seu discurso teve tudo menos paz à vista.
Uma visita à imagem da sua insignificância.
O melhor discurso que ouvi sobre o caos da guerra foi o do técnico de futebol, Pepe Guardiola.
Em palavras simples, sem inglês de secundária, ele afirma que a guerra é um falhanço total da política. Pois é.
Adianta Guardiola que pagamos a peso de ouro a obliteração do nosso próprio mundo e bem-estar.
E que, ao contrário do que nos fazem pensar, de facto, organizações como a ONU, NATO ou OMS, quando chega a hora da verdade, falham escandalosamente e nem sequer pedem desculpa por isso.
A insignificância é mútua.
A nossa perante “eles e elas”.
A deles, e delas, perante um mundo onde toda a gente se esquece de que somos nós “os outros dos outros”.