Opinião
Está na hora de falar das JMJ
O espaço público começa, de novo, a ser ocupado pelos opinion makers da moda, armados em arautos de uma nova humanidade
Há títulos que de inocente, pouco têm. E este é um desses na expressa vontade de quem escreve estas linhas. Vai-se percebendo que a Igreja foi perdendo e, querendo perder, espaço na praça pública e nas discussões que a alimentam e lhe dão vida.
Talvez as questões associadas à pedofilia tenham dado ordens ou obrigado a um novo modo de estar em sociedade. Como se esta desgraça resumisse o seu papel e responsabilidade.
Por geração e, acredito, convicção, sou de uma faixa etária que, além do peito, quer continuar a dar voz às causas em que acredita.
Após a rentrée de consagração da silly season, vemos voltar para a ribalta alguns que, em bom tempo, se viram afastados da praça pública aquando do sucesso das JMJ.
Agora é vê-los a despontar, com as habituais piadas brejeiras, preocupações com os gastos do erário público, inquietados com as incongruências do estado laico. Não duvido da verdade das suas convicções, assim como acho de mau tom tentar reduzir um acontecimento como as JMJ a qualquer festival de Verão.
Suposição minha, os apoios do estado laico a este tipo de iniciativas, em muito superam o dado JMJ. E o impacto, na vida das pessoas e no seu processo de crescimento, acredite-se, é bem diferente. Espaços e projectos diferentes, tantas vezes com os mesmos jovens participantes.
Falemos com o mesmo respeito pelas suas opções e escolhas. O espaço público começa, de novo, a ser ocupado pelos opinion makers da moda, armados em arautos de uma nova humanidade em que os valores espirituais e inspiracionais aí advindos (falta-lhes uma matriz coachuinguiniana, deve ser por isso!!!) são colados, sistematicamente, a questões graves que não resumem nem a vontade nem o querer fazer da instituição.
Erros graves, aproveitados, por alguns, porque não conseguem perceber que, o que está em questão, numas JMJ, é de outra dimensão.
Fruto do acreditar num mesmo Deus que, permitindo um conjunto de vivências e coexistências, celebra o melhor que a vida nos traz, a própria existência! E nesta, todos fazemos do melhor e do pior!
Não sejamos patinhos! E continuemos a gritar o Bem que nos foi entregue! Para o nosso e Seu Bem! É o tempo!