Opinião

Festa do sol, festa da terra, Natal

13 dez 2018 00:00

Na noite mais longa do ano, na noite do solstício de Inverno, os antigos celebravam o nascimento da luz e a natureza adormecida, fazendo oferendas aos deuses.

Sei um ninho Sei um ninho. / E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho, / Tem lá dentro um passarinho
Novo. / Mas escusam de me atentar: /
Nem o tiro, nem o ensino. / Quero ser um bom menino /
E guardar / Este segredo comigo. /
E ter depois um amigo / Que faça o pino / A voar...
Miguel Torga

É festa do Sol, é festa da Terra, é festa dos homens de boa vontade, é festa dos animais, é festa da alegria, é festa de todos nós! Celebramos todos, homens, animais e terra, celebramos o “ponto de solstício de Inverno que nos arrasta a todos para a Primavera”.

Na noite mais longa do ano, na noite do solstício de Inverno, os antigos celebravam o nascimento da luz e a natureza adormecida, fazendo oferendas aos deuses, grandes fogueiras à volta das quais se reuniam e partilhavam os produtos agrícolas da época - a abóbora, os frutos secos, o mel, o pinho e o azevinho.

Quando a terra se encontra no ponto da sua órbita mais distante do Sol, começa o novo ano. Celebramos hoje o nascimento de Cristo, o que nos tempos mais antigos era a festa do Sol. “Para a maioria – fora os miseráveis, o que faz muitas excepções - é uma paragem quente e clara no Inverno cinzento”, dizia Yourcenar na sua Glosa de Natal.

É para todos nós a celebração de um nascimento desejado, com amor, por todos partilhado e inclusivo. A celebração desse nascimento implica a participação de tudo, dos animais às palhinhas do berço para aquecer, da gruta no deserto, da congregação de vontades para um mesmo objectivo - o nascimento do menino.

A mãe, o pai, a vaca, o burro, o anjo, a estrela, os pastores, os dançarinos, as lavadeiras, os três reis magos, todos se dirigem para o ponto de todos os pontos. Nesta festa da fraternidade, do amor ao próximo, de partilha, de regenera&cced

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