Opinião
Festa é festa
O fenómeno que durante anos foi comentado sobre a cidade de Braga, parece agora tocar Leiria, que hoje alberga cerca de 5 mil brasileiros
Mantendo a tradição de distrair a população fim-de-semana atrás de fim-de-semana, fui brindado com mais uma festa na última passagem pelo centro da cidade. Foi uma bonita surpresa encontrar uma celebração das coisas de 1922!
Festa é festa, e na verdade não me interessa saber o ano, mas neste caso foi com alegria que reencontrei tantas coisas bonitas. Ao ver estas coisas antigas, deparamo-nos com profundíssimas alterações volvido um século.
Já vi primos brasileiros em restaurantes, no futebol, na praia, e muitos nos bancos das escolas. O fenómeno que durante anos foi comentado sobre a cidade de Braga, parece agora tocar Leiria, que hoje alberga cerca de 5 mil brasileiros (uma percentagem muito significativa da população da cidade).
Servem estas linhas preambulares para comentar também a degustação de uma feijoada à moda brasileira, que me serviram para os lados dos Marrazes. Apreciei o trabalho realizado nas couves, no feijão e na aplicação de farinha por cima daquilo tudo.
Contudo, pareceu-me muito limitado o investimento feito em carne, que assentava sobretudo na valorização do toucinho (a “carne de sol”, por exemplo, não foi vista nem achada nesta preparação). Este produto, que em minha casa começava já a saltar dos menus, pode constituir um bom complemento ao açaí, ao palmito, ao aipo e ao abacate, que mais recentemente vejo à mesa.
Sabemos o carinho que a mesa brasileira tem pelo boi e seus sucedâneos grelhados, mas em Leiria, como não podia deixar de ser, encontramos uma associação directa com o passado do toucinho – bem lembrado pela sempre saudosa autarquia – e com o nicho contemporâneo de valorização do suíno como motor económico da região.