Opinião

Infelizmente poucos como António Guterres!

28 jun 2021 15:45

É um bom homem, um genial diplomata, um defensor dos mais vulneráveis, um eterno soldado no combate por um mundo menos desigual, no fundo por um mundo melhor

António Guterres foi no passado dia 18 reconduzido por unanimidade como secretário-geral das Nações Unidas.

Todos os 193 países que fazem parte das Nações Unidas votaram num dos mais brilhantes homens que Portugal viu nascer.

António Guterres é um bom homem, um genial diplomata, um defensor dos mais vulneráveis, um eterno soldado no combate por um mundo menos desigual, no fundo por um mundo melhor.

Ao aceitar um novo mandato de cinco anos, no mais alto lugar a que um homem pode chegar, António Guterres não esqueceu o seu país e afirmou que “tudo aquilo que aprendi foi forjado juntamente com o povo do meu país”.

Lamentavelmente nenhum telejornal generalista abriu com essa notícia, parece que é todos os dias que um português é reeleito por unanimidade como secretário-geral das Nações Unidas…

Infelizmente, no nosso país são poucos os Homens como António Guterres.

Uma entrevista na revista do semanário Expresso mostrou uma agenda sombria que está a ser determinada por políticos supostamente de direita democrática que na realidade não passam de populistas extremistas intelectualmente desonestos com sérios problemas de memória.

A ignóbil entrevista de Jaime Nogueira Pinto ao líder da extrema-direita populista húngaro, Viktor Orbán, é um atentado a todos os que sofrem de discriminação e de perseguição por governos não democráticos de esquerda ou de direita.

Viktor Orbán tem feito de tudo para destruir a União Europeia, persegue as minorias no seu país e a sua visão do mundo parece do século XV.

Ao contrário do que nos tenta mostrar, a entrevista é uma reflexão sobre um modelo de civilização e mais uma tentativa de reescrever a história do fascismo na Europa.

A extrema-direita portuguesa passou a ter tempo de antena sob o falso pretexto da liberdade de pensamento, da tolerância e do respeito pelas diferentes opiniões.

A incoerência dos nossos políticos é um dos principais motivos pelo afastamento dos cidadãos da própria política e do reforço da extrema-direita.

Um bom exemplo de incoerência é uma das últimas publicações nas redes sociais de Rui Rio: "Não bastava termos sido tratados com uma vexatória desconsideração pelo Reino Unido, a quem prestamos futebolística vassalagem, e ainda temos de ouvir a justa indignação da chanceler alemã. O Governo português a fazer passar o País por uma vergonha desnecessária".

Será que se esqueceu que em maio passado criticava o governo por ainda não ter anunciado a abertura dos voos para o Reino Unido.

Difícil ser mais incoerente do que Rio.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990