Opinião

Intolerância e insensibilidade: novo normal?

21 mar 2019 00:00

Além da chacina que perpetrou, o terrorista cristão transmitiu em direto o seu ato através do Facebook, para gáudio e prazer de milhares de pessoas por todo o mundo que assistiram.

15 de Março de 2019 – Massacre de Christchurch. Um homem australiano armado entra em duas mesquitas da cidade neozelandesa e mata 50 pessoas.

Minutos antes publica um manifesto de 74 páginas nas redes sociais, em que responsabiliza os imigrantes e revela que pretende desestabilizar e polarizar a sociedade ocidental.

Além da chacina que perpetrou, o terrorista cristão transmitiu em direto o seu ato através do Facebook, para gáudio e prazer de milhares de pessoas por todo o mundo que assistiram.

O terrorista foi detido e já levado a tribunal, procurando reclamar os “louros” da sua ação. Este ataque surpreende pela localização. Nova Zelândia e Austrália – país de origem do terrorista – são dois dos países mais seguros do mundo (2.º e 13.º, respetivamente, no Global Peace Index, da Vision of Humanity).

Pouco faria prever um massacre com estas dimensões, em países com poucas tensões sociais. Mais ainda, as motivações islamofóbicas e anti-imigração causam estranheza, uma vez que Nova Zelândia e Austrália são duas democracias consolidadas (4.º e 9.º, respetivamente, no Democracy Index, da Economist) e com altos níveis de liberdade política (6.º e 7.º, respetivamente, no Freedom in the World, da Freedom House).

Ou seja, em países em que a imigração não causa particulares sobressaltos, em que existe uma boa integração social, para além de mecanismos para proteger minorias e garantir formas de protesto organizadas, surpreende um ataque com estas características.

Olhando para a tendência dos último

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