Opinião

Letras | Da Luz Para Dentro, José Gardeazabal

14 set 2022 12:10

Um livro de como a poesia abarca os tempos para o amor

Com um curto percurso na escrita, mas já com livros marcantes, José Gardeazabal traz desde 2016 um conjunto de obras que se destacam pelos variados estilos.

História do século vinte (2016) agraciado pelo prémio INCM/Vasco Graça Moura.
Dicionário de Ideias Feitas em Literatura (2017) colectânea de prosa curta.
Trilogia do Olhar (2017) teatro.
Meio Homem Metade Baleia (2018) primeiro romance e finalista do Prémio Oceanos.
A Melhor Máquina Viva (2020) segundo romance e considerado um dos melhores livros pelo Expresso e Público, saudado também pelo Jornal de Letras como um dos “melhores textos em língua portuguesa de todos os tempos”.
Quarentena – Uma História de Amor (2021) romance.
Quarenta e três (2021) romance.
Viver Feliz lá Fora (2021) poesia, e que levou a José Tolentino Mendonça a descrevê-la como “um exercício notável e vertiginoso, que conduz a literatura para um lugar novo.”

Da Luz Para Dentro é um livro de como a poesia abarca os tempos para o amor, ainda que esse caminho não encontre neste pressuposto o seu fim, como podemos verificar até no escalonamento do índice:

Ela
Aproximação
Corpo
Elevação
Amor?

Deambulamos por aquilo que parece ser o desejo entre dois seres, que vai encontrando espaço pelo corpo, pelos silêncios, por aquilo que faz de nós humanos, nas fraquezas e na virtude da busca e quiçá no ponto de chegada que é a partida para os vários caminhos que o amor pode reservar.

E se isso se fizesse tudo numa noite de amor?

“fazer poesia de olhos fechados
(não é sempre assim?)
aquele erotismo leve e livre do lirismo

fazer amor de guizo na orelha
até saber amar os pequenos ruídos

a única palavra na minha língua é tu
tudo é tu”