Opinião

Liberdade, sempre!

27 jan 2016 00:00

As eleições presidenciais que tiveram lugar no último fim-de-semana trouxeram a já esperada vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta. Ao contrário do que alguns quiseram fazer crer, não se tratou de nenhum duelo entre esquerda e direita.

Aliás, com exceção dos agentes políticos, o país real acha absolutamente extemporâneo e até ridículo o debate lançado por quem tenta colocar o país dividido por essa dicotomia. O que o resultado destas eleições revela é que os eleitores avaliaram os perfis dos diversos candidatos presidenciais e escolheram aquele que entenderam saber representar mais fielmente o papel de primeira figura do Estado.

E eu, naturalmente, comungo da convicção da esmagadora maioria dos eleitores, Marcelo Rebelo de Sousa é a pessoa certa para o lugar. Da campanha entra para a história a forma como o Presidente eleito a conduziu, longe das máquinas partidárias, com um incrível bom senso e enorme inteligência, tendo trazido a proximidade com as pessoas em todos os dias da sua campanha e estou certa que assim continuará.

A lamentar há as declarações do PCP que atribui ao facto de não ter escolhido uma “candidata engraçadita” o resultado humilhante que se viu. Destaco o primitivismo e o machismo destas declarações, mas sobretudo a incapacidade de ver o óbvio: o PCP errou no candidato e o acordo com as esquerdas tem pesados encargos no eleitorado comunista e a continuar assim o PCP habilitase a tornar-se irrelevante no espetro político.

Este seria o pior aspeto que eu destacaria, mas na ressaca da noite eleitoral a sede do PSD da Marinha Grande foi vandalizada. Dir-me-ão que foram apenas uns rabiscos na parede e que se removem. Seriam, caso não nos remontassem a tempos que não queremos recordar, em que eu não era nascida, e o medo e o terror eram espalhados por muitos dos que apregoavam concomitantemente a Liberdade e a Democracia.

Passaram décadas, mas as práticas mantiveram-se. E uma coisa é certa: enquanto o resultado do vandalismo investido contra a sede do PSD se apaga, a retumbante derrota que tiveram até no concelho da Marinha Grande há-de ser sempre recordada por todos aqueles que amam a liberdade e que não admitem qualquer tipo de atemorização ou coação. A Liberdade veio para ficar, habituem-se!

*Deputada eleita à Assembleia da República