Opinião
Matt Berninger – "Serpentine Prison"
Incrível, percebi mesmo agora que os The National já andam por cá há mais de 20 anos!
Ai ,o tempo a escapar-nos pelas fendas e outras ranhuras… visso quer dizer que os vi ao vivo pela primeira vez há uns bons 15 anos? Bom, em frente.
Matt Berninger, o vocalista dos The National, estreia-se nos discos a solo sem a sua banda de sempre, mas vem muito bem acompanhado neste Serpentine Prison, com gente ilustre como Andrew Bird, Matt Barrick, Mike Brewer, Gail Ann Dorsey, entre muitos outros músicos de eleição.
Para quem acompanha a carreira artística de Matt Berninger sabe bem que as suas canções estão repletas de melancolia, uma bonita melancolia, que gira à volta das desilusões desta vida, dores e sentimentos sombrios que, ao vivo, acabam normalmente dentro de um bom copo de vinho tinto.
Neste novo disco, o artista regressa ao seu habitual registo confessional (ai, o amor, o amor…) mas parece acrescentar algo mais, nomeadamente uma vertente soul, talvez devido à produção a cargo de Booker T. Jones, senhor que já trabalhou com Otis Redding e Neil Young.
As sonoridades também parecem ir noutra direção, marcando assim uma ligeira rutura com o “som” dos The National, no entanto, não é fácil dizer que este não é um disco dos The National, até porque, só pela voz e versos, chegamos facilmente ao tal universo melancólico da banda de Brooklin.
Diria que estamos perante um disco muito agradável de se ouvir, sem grandes rasgos criativos, mas com belíssimas orquestrações.
Um disco com boas canções que ganham vida cada vez que repetimos a audição.
No meu último texto desta coluna, terminei dizendo que o disco dos Perpétua era “a brisinha que faltava a esta primavera”, pois muito bem, este Serpentine Prison vem dar-nos um tempo mais nublado com períodos de chuva, o que também faz falta em qualquer estação do ano, como bem sabemos.
Está dada a previsão meteorológica para os próximos dias.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990