Opinião

Música | Setembro

19 set 2025 08:23

David Byrne tem um novo disco. Uma excelente audição para os dias frescos que se aproximam

1 – O mês de setembro não podia ter começado melhor. Passados mais de 20 anos regressei à Festa do Avante onde encontrei os amigos de sempre e gente com vontade de transformar o mundo num sítio mais justo e solidário. O cartaz cultural teve muitas propostas de excelente qualidade, como sempre, mas entre o convívio e a vasta oferta gastronómica, apenas consegui ver os concertos da Capicua e de A Garota Não. Dois espetáculos incríveis repletos de emoção e poesia.

2 – Ninguém para Leiria e neste fim de semana acontece no Castelo mais um Ágora, uma programação dedicada a novas abordagens artísticas com Sheherazaad, Lyra Pramuk, Joana Guerra e Yaw Tembe, a instalação “Povo Pássaro” de Bárbara Paixão e Artur Pispalhas, Abdullah Miniaway com The Evens, Rahma, Tó Trips e Fake latinos, Memória de Peixe, Pedro Almiro e Raquel André. Altamente recomendável.

3 – David Byrne tem um novo disco. Depois de American Utopia, em 2018, o novo Who Is The Sky é produzido por Kid Harpoon e conta com a Ghost Train Orchestra, uma orquestra de câmara de Nova Iorque. Fusão de pop-rock com arranjos orquestrais e muito groove, fazem deste disco uma excelente audição para os dias frescos que se aproximam. E há vozes conhecidas a acompanhar o Sr. Talking Heads: St. Vincent, Hayley Williams (Paramore), e Tom Skinner (The Smile).

4 – Morreu Hermeto Pascoal (1936 – 2025), um dos músicos mais inventivos e singulares do Brasil, muitas vezes apelidado de “bruxo” da música pela sua criatividade ilimitada. Pascoal misturava jazz, música erudita, forró, choro, baião, improvisação livre, sons da natureza e tudo e mais alguma coisa. Tocou com Miles Davis, Elis Regina ou António Carlos Jobim. Um multi-instrumentista que dominava teclados, flautas, saxofones, acordeão, percussões, e praticamente qualquer objeto que emitisse som – acreditava que tudo podia ser música.

5 – Depois de Eslovénia, Irlanda, Islândia e Países Baixos, junta-se agora a Espanha ao boicote à Eurovisão, caso Israel participe no evento em 2026. Quantas mais vozes se levantarem, mais possibilidades existem de se travar o genocídio em Gaza. Curioso para ver se Portugal toma alguma posição sobre este assunto.