Opinião

Passado

31 mai 2019 00:00

As “recriações históricas”, com todas as suas cambiantes temáticas e graduações qualitativas, são importantes sobretudo porque permitem a todos os cidadãos, independentemente da idade, momentos de fruição.

Este fim-de-semana concretizase mais uma vez na cidade um evento que já entrou, há muito, na mecânica anual do entretenimento urbano. Chama-se Leiria há 100 anos.

As “recriações históricas”, com todas as suas cambiantes temáticas e graduações qualitativas, são importantes sobretudo porque permitem a todos os cidadãos, independentemente da idade, momentos de fruição, momentos de puro gozo longe das agruras do quotidiano.

São estes momentos, vividos e reconstruidos pela memória constantemente, que confortam e aproximam afectivamente o cidadão e um lugar onde vive. E esta é, para mim, uma das vertentes estruturais de qualquer política cultural.

Não é isenta de perigos esta aproximação teatralizada ao real. Sendo o perigo maior exactamente o de permitirmos à memória fixá-los como outra coisa que não um simples “faz de conta”.

O perigo é tomarmos em algum momento o passado como algo melhor do que o presente. Não é coisa nossa.

Esta ideia é comum a todos os povos e culturas, e embora seja fácil a demonstração do contrário, traduz-se em todas as línguas do mundo. O grande pensador francês Michel Serres tem mesmo um livrinho brilhante chamado C’était mieux avant! onde tritura este mito absurdo de forma primorosa.

Mas, só o facto de ter tido necessidade de o escrever é, por si, todo um programa.

Embora a História contemporânea a contra

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