Opinião
Quando a realidade desmente a ficção
O primeiro exemplo de como as “coisas não estão a correr bem” é ao nível do IRS. Depois de duas fases de entrega absolutamente caóticas, junta-se agora a calamidade que tem sido o processo de reembolso.
Temos nas últimas semanas ouvido que afinal as contas do Governo para 2016 vão de “vento em popa”. E de facto a forma como o dizem ou propagandeiam é tal que é legítimo que nos interroguemos: mas é então possível aumentar a despesa, diminuir alguma receita e concluir que é possível continuar a ter contas equilibradas? Evidentemente que não. A matemática já se tinha encarregado de desmentir esta teoria económica outrora experimentada pelo Partido Socialista. Mas agora a própria execução orçamental vem confirmar o entendimento que é, de resto, de senso comum, que não estamos num bom caminho. O primeiro exemplo de como as “coisas não estão a correr bem” é ao nível do IRS. Depois de duas fases de entrega absolutamente caóticas, junta-se agora a calamidade que tem sido o processo de reembolso. Já houve, aliás, um “erro” informático a tentar justificar o óbvio: empurrando os reembolsos para o segundo semestre do ano é possível ensaiar que o primeiro semestre foi espectacular. Pois, com o dinheiro dos outros é mais fácil. A juntar a isso estão os atrasos dos apoios às associações juvenis e de estudantes, bem como, pasme-se, os atrasos aos hospitais. É verdade: aos hospitais. Nomeadamente os cortes nos produtos farmacêuticos. E, claro está, os atrasos enormes aos fornecedores do Estado. Tudo em nome de uma nova forma de fazer política: empurrar para a frente para depois ver no que isso dá.
*Deputada do PSD
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