Teorias semi-rurais

Como habitualmente, completei o meu périplo estival por Tulum, Lombok, Mykonos e Menorca antes de avançar com a campanha da vindima.

Este ano fui surpreendido com os preços algo exagerados que encontrei nestes destinos aquáticos.

A considerável maquia de que dispunha, amealhada a roçar mato e na recolha de pinhas e caruma nas matas da nossa região, foi rapidamente delapidada pelos custos de representação associados a estas deslocações.

O mercado do ócio implica hoje em dia a disponibilidade de montantes que, reconheço, não são compatíveis com o espaço por ocupar existente no interior de muitas carteiras (dica: reconheço que muitos de vós dificilmente algum dia conseguirão passar 10 dias em Lombok, mas Bali consegue ser um destino bastante menos oneroso).

Contudo, é para mim fundamental marcar presença neste tipo de paragens, onde devo ver e ser visto, e onde venho angariando contactos que me permitem passar invernos muito menos frios.

Talvez interesse aqui alertar, uma vez mais, para os graves danos causados à saúde de quem se vê obrigado a passar horas, dias e até semanas, a queimar madeira à lareira.

Como leiriense empedernido, faço da valorização destas redes conviviais um dos grandes focos da minha carreira.

A plena integração em universos sociais destacados, através do uso inteligente de fórmulas de comunicação socio-corporal pré-planeadas, fazem de mim, ao mesmo tempo, um cidadão do mundo e das Colmeias.

O investimento que venho fazendo nesta área vem dando frutos que me permitem manter à tona da água em períodos de maior aperto para muitos conterrâneos.

Venho, por exemplo, ouvindo falar num aumento generalizado do preço dos bens de consumo que não é acompanhado por uma valorização paralela dos rendimentos disponíveis.

Este é certamente um problema sério, que alguém poderia tentar resolver.

A minha sugestão passa pelo pleno usufruto do período estival, e suas abundantes radiações, através investimentos radicais na descoberta ou consolidação de redes de valor (seguramente acrescentado).

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990