Opinião

Uma espécie de balanço

3 dez 2015 00:00

Politicamente foi um ano rico. Em polémicas, em corrupção, em suspeitas mais ou menos fundadas, nada de novo.

Ainda falta um mês para o fim de 2015 mas o final do ano aproxima-se. Não me deixa grandes saudades este ano que terminamos, até porque para a frente é que é o caminho, como se diz por aí.

Politicamente foi um ano rico. Em polémicas, em corrupção, em suspeitas mais ou menos fundadas, nada de novo. Nem tudo foi mau. 2015 acabou neste momento histórico de uma maioria parlamentar de esquerda. Não tenho medo dos comunistas, admiro as mulheres que estão a renovar o bloco, sou socialista, republicana e laica, como Ramada Curto, por isso, assumo a minha satisfação com este novo cenário. Sobretudo porque a história se faz dia a dia e este dia teria que chegar. Se correr mal, será péssimo para toda a esquerda, que correrá o risco de definhar. Se correr bem, será péssimo para a direita que terá que renovar.

Acredito que possa correr bem; acredito também que não é nada assim tão extraordinário que mereça tantas páginas de jornais e tantas horas de televisão, como tem acontecido. É um novo governo. Tem maioria parlamentar. É mais à esquerda e ainda bem. A vida continua. Se 2015 se despede com novo governo, 2016 trará um novo presidente da república logo ali no início do ano.

O esgotadíssimo Aníbal Cavaco Silva, para bem de todos e de próprio, está de saída. As presidenciais são eleições que acabam por perder em relação às legislativas. Pese embora a sua importância real, se não passa na TV, não acontece. E lá estou novamente a recordar as Manobras na Casa Branca, esse filme genial, de Barry Levinson (1998). Temos de momento 18 ou 19 candidatos, nem sei bem, temos a comunicação social a cobrir Maria de Belém (senhoras primeiro), Sampaio da Nóvoa (nenhum deles nunca ouviu sequer falar em maçons), Marcelo Rebelo de Sousa e muito de vez em quando Edgar Silva.

A comunicação social, reduz assim drasticamente o numero de candidatos para 4 ou 5, se contarmos com a Marisa Matias. Bom, eu apoio e promovo a candidatura de Henrique Neto. Não vou aqui fazer o seu elogio; existem lugares próprios para tal. Quero apenas deixar claro que um candidato da região, com um caminho empresarial notável, com um percurso político próprio e nem sempre politicamente correto, não mereceu ainda uma página num jornal regional.

Assim, a imprensa vai ditando o que existe e o que não existe, infelizmente. Talvez também por isso não se vendam jornais e algumas portas se vão fechando. A comunicação social já não é o que era. O jornalismo está sentado à frente do computador. Excelente 2016 são os meus mais sinceros votos.