Opinião

Uma reflexão pessoal sobre o X encontro COTEC Europa

19 nov 2015 00:00

"Conseguimos encontrar inspiração na nossa história, e em muitos exemplos atuais de empresas, universidades, centros tecnológicos, associações empresariais e de voluntariado."

O conhecimento é o integrador de pessoas e suas competências”. Começo por pegar nas palavras do Rei de Espanha, Filipe VI, que tanto nos fez corar ao elogiar o nosso Infante D. Henrique. A razão do elogio reforça o pensamento que de forma inconsciente é quase sempre esquecido. O Rei Filipe VI fez referência ao conceito de “progresso tecnológico”, e indicou que o próprio Sir Francis Bacon viu o Infante D. Henrique como o percursor desse caminho de “domínio do mundo” através do conhecimento. A partir da sua leitura da sociedade e do momento histórico, o Infante D. Henrique foi capaz de integrar o conhecimento de diferentes disciplinas. Astrónomos, geógrafos, cartógrafos e engenheiros que trabalharam em conjunto para desenvolver uma verdadeira equipa de investigação e aplicação em resultados concretos, a caravela e os instrumentos de navegação desenvolvidos na altura são bons exemplos disso. Permitiram um enorme impulso na Idade das Descobertas.

Este é o caminho que me faz levantar de manhã motivado para fazer acontecer. “O conhecimento é o integrador de pessoas e suas competências”. Quando as discussões se focam em demasia no que falta, no que se devia fazer, nas novas iniciativas sem se avaliar as anteriores, nos atos isolados, focam demasiado no “eu”, torna-se difícil fazer caminho para o pretendido. Conseguimos encontrar inspiração na nossa história, e em muitos exemplos atuais de empresas, universidades, centros tecnológicos, associações empresariais e de voluntariado. No X Encontro COTEC Europa, Portugal, Itália e Espanha assumiram em conjunto o desejo de liderar o renascimento industrial europeu, reconhecendo que o sul da Europa tem oportunidade de fazer surgir este novo paradigma de inovação aberta, colaborativa e social. Se existe um mote, se existe uma tomada de posição pelas respetivas COTEC, apadrinhadas pelas respetivas presidências ao mais alto nível, bastará então que todos os envolvidos assumam as suas funções e partam para esta visão integrada e integradora.

E de quem parte o “chegar-se à frente”? De cada um de nós, relembro que os bons exemplos que temos em Portugal, seja na vertente académica ou na empresarial, têm algo em comum, vão ao encontro dos outros, não ficam na habitual expectativa de ser outro a dar o primeiro passo. Nós, Portugal, que vivemos num mundo globalizado, não podemos esquecer a realidade de sermos hoje a tal “cidade” de 10 milhões de habitantes, que precisa de entender que neste mundo global só é possível escalar se existirem os conhecidos ingredientes para cooperação, os pontos de encontro são mágicos para descobrir problemas, necessidades comuns. A maioria das vezes, as soluções podem ser investigadas em conjunto.

Quero terminar a minha reflexão com uma pergunta. Como nasceram os grandes impérios da história da Humanidade e porque morreram? A resposta não se aplica só aos impérios, mas é igualmente aplicável a cada um de nós, a cada empresa ou a qualquer outro agregado de pessoas.

Administrador inCentea