Opinião

Voltar ao que já foi escrito, com orgulho!

22 set 2022 10:00

Estranhos tempos estes, não pela pandemia, mas porque nos fomos instalando numa espécie de império dos sentados

Gosto de voltar ao escrito anteriormente. Como se esse assunto que anuncio como merecedor de umas palavras escritas e partilhadas fosse algo de interesse maior para além do sujeito que estas linhas escreve.

Não é, bem se sabe ou bem o sabe. A alguns (muitos ou a quase totalidade) leitores não lhe interessará muito este tipo de assuntos e, ao próprio que sobre eles escreve, raramente lhe assiste a intenção de mal dizer ou escarnecer sobre a sua - sim ainda se identifica profundamente com ela - Igreja. Está-lhe o sangue! Corre-lhe nas veias!

Muita pena terão alguns, mais do mesmo dirão outros e, ainda, outros haverá que bradarão pela respectiva laicidade dos espaços e canais.

A vida ensina que, tempos a tempos, até os mais distantes do assunto batem a algumas portas sagradas! Quer porque novas vidas aconteceram, compromissos há para assumir com determinada roupagem, ou o pior dos piores, há que haver um momento de despedida e celebração para aqueles que partem para o outro lado.
Acontece que este escrever sobre o acontecido, muito mais do que olhar pelos olhos de hoje algumas realidades do passado, se bem que há realidades que não há passado ou futuro que abençoe, intenta sublinhar vivências e partilhas que, de outro modo, ficarão para esquecimento.

Mudar de vida é sinal de derrota!? Acontece que para quem acredita ter uma missão neste mundo, não pode votar ao esquecimento a história recente, seus momentos e protagonistas.

Estranhos tempos estes, não pela pandemia, mas porque nos fomos instalando numa espécie de império dos sentados em que a liturgia e os sacramentos resumem a oferta da salvação e bitolam todas as práticas! Como se não houvesse vida para além dos espaços em que o incenso e algumas velas ainda fumegam.

Mudar é urgente. Não a mudança pela mudança mas a de quem acredita que só aquela poderá responder às reais necessidades do humano que anseia, tantas vezes incapaz de saber ou intuir, pelo divino. Quebrando as amarras que a história recente (e toda), cheia de práticas que inúmeras vezes impedem uma ânsia saudável e a procura livre para outros voos.

Sim, esta coisa do voar tem muito que se lhe diga e aprendendo não se quer outra coisa para si e para os outros! Porque voar faz parte da nossa identidade. Não somos de cá. Estamos de passagem! E a passagem implica algum lado!