Entrevista

Rita Valadas: “Temos quase pleno emprego, mas o pleno emprego que temos não permite plena sustentabilidade”

24 dez 2025 08:00

A presidente da Cáritas Portuguesa alerta que a pobreza em Portugal está mais severa e invisível. Afirma que o emprego já não garante sustentabilidade e apela à proximidade e ao voluntariado jovem, dando a Cáritas de Leiria como exemplo

Jacinto Silva Duro

Neste mês de Dezembro, a revista britânica The Economist elegeu Portugal como a “Economia do Ano” de 2025, liderando o ranking das 36 economias mais ricas do mundo. Olhando para o País, estamos perante a constatação de que a economia está melhor, os portugueses é que não?

Há sempre uma distância entre a evolução económica e a constatação de diferenças no território. É evidente que os grupos mais frágeis estão cada vez mais frágeis e as pessoas, cada vez mais cedo, têm dificuldades na resolução da sua vida diária. Percebe-se que evitam fazer despesas que não sejam bem pensadas e isso começa a ver-se em quem, normalmente, está mais folgado. Já a situação dos mais vulneráveis é estática. Porque a partir de determinado nível não se desce mais baixo. Se as pessoas já não têm, já vivem na situação de estar constantemente em deficit e carência, não há mais como piorar. Aquilo que sentimos é que há situações de deficit financeiro inicial, que começam a acontecer em mês sim, mas no outro mês não, e depois pioram a partir do momento em que a situação de precariedade é permanente.

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