Entrevista

Pedro Mafama: “Estou a levar a nossa música portuguesa para novos caminhos”

3 ago 2023 20:00

O artista, cuja música “Preço Certo” chegou ao topo das mais ouvidas no Spotify em Portugal, afirma que o seu objectivo tem sido “testar os limites entre o popular e a tradição portuguesa e o global pop”. Mafama actua no sábado, às 19 horas, no Castelo de Leiria

"Sinto que consegui imprimir a minha visão e o meu olhar sobre a nossa cultura", salienta o artista
CARINHOMIO

Quem é o Pedro Mafama?
O Pedro Mafama é um artista que faz música e um conjunto de outras coisas, outras ferramentas, para criar e mostrar um olhar próprio sobre a cultura portuguesa, mas não só. Sobre a vida e outros aspectos, com as ferramentas que tem ao dispor. E sinto também que, além de uma expressão própria e da poesia em si, tento inserir a nossa cultura popular portuguesa numa continuidade do mundo da história da música popular.

Tem vindo a conquistar o circuito da música alternativa portuguesa e é já considerado um fenómeno em Portugal. Um fenómeno que “bebe” de vários géneros e os une, fazendo uma ponte entre o tradicional e o contemporâneo. Não há realmente fronteiras nas suas músicas?

Não. Até agora, o meu objectivo foi testar os limites entre o popular e a tradição portuguesa e o global pop, porque sinto que a nossa música popular está viva e, como qualquer coisa que está viva, vai continuar a evoluir. E é preciso mandá-la para a frente e descobrir novos caminhos. Nem sinto que estou a tentar recuperar uma tradição, sinto só que estou a levar a nossa música portuguesa para novos caminhos. E este disco Estava No Abismo Mas Dei Um Passo Em Frente tem géneros que estão muito vivos e que têm uma linha contínua, como a música do baile, as rumbas portuguesas e as marchas, que não são tradições que eu estou a recuperar, são géneros e modos de vida que estão vivos e que vão continuar aqui muito tempo.

Em reacção ao facto de a música “Preço Certo” ser a mais ouvida no Spotify em Portugal, referiu que o objectivo foi sempre este: fazer música para todos, levar ao público a sua visão da cultura popular e mudar o rumo do comboio. Este rumo já está a mudar?

Este rumo está a mudar um bocadinho, sim. Sinto que consegui imprimir a minha visão e o meu olhar sobre a nossa cultura, mostrar que podemos não escolher entre ser alternativo e artístico ou chegar a toda a gente e ser um sucesso. Isso era uma coisa que eu queria fazer e na qual acreditava há muito tempo, mas que se calhar até já estava a perder um bocadinho a esperança. Que é nós podermos ser alternativos artísticos e fazer coisas novas e mesmo assim conseguir vender, chegar às pessoas, chegar a toda a gente, e acho que isso é que é mudar o rumo do comboio. Porque se estivermos a falar só para o nosso grupo de amigos, não conseguimos mudar o rumo do comboio. O rumo do comboio muda quando chegas

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