Entrevista

"Uma marca não sobrevive sem uma rede de concessionários”

24 abr 2021 13:50

A directora-geral da Volkswagen em Portugal fala dos desafios que se colocam ao sector automóvel e reclama apoios para a renovação do parque circulante

[Em Leiria] Quase se confunde o nome da VW com o da Lubrigaz
DR
Raquel de Sousa Silva

Enquanto directora-geral da Volkswagen em Portugal, tem pela frente “o desafio de reforçar a posição da marca no mercado português". Em que é que esse reforço vai traduzir-se?
Quando se chega, quer-se sempre fazer mais. O desafio é mesmo crescer. A Volkswagen já foi uma referência muito grande em Portugal, em termos de quota de mercado. Não temos hoje os dois dígitos de quota de mercado que já tivemos, mas o objectivo actual é esse. O grande desafio é crescer, com a rede de concessionários. Temos uma rede de 30. Em Leiria estamos bem representados, desde o início dos anos 1950, com a Lubrigaz. Quase se confunde o nome da VW com o da Lubrigaz.


Que crescimento ambiciona?
O objectivo é o crescimento sustentado. Acabámos o ano passado com 4,8% de quota de mercado e obviamente queremos crescer para os dois dígitos, mas não vamos crescer de um dia para o outro, porque temos de assegurar a rentabilidade, a nossa e a da rede. O que estamos a trabalhar com a rede é o crescimento sustentado, assegurando ao máximo a qualidade que o cliente exige. A rede Volkswagen trabalha bem isso. A Lubrigaz é um bom exemplo de excelência no serviço ao cliente, e os restantes concessionários também. Queremos igualmente continuar a inovar.


A pandemia trouxe muitas mudanças na actividade?
Com a pandemia houve uma grande inovação, seja no atendimento por vídeo, seja na entrega do carro à porta. Houve todo um conjunto de desafios para os quais ninguém estava preparado. Tivemos de nos reinventar e começar a apresentar carros e a vender online. O nosso projecto é de crescimento sustentado, muito assente na rede de concessionários. Fala-se muito nas vendas online, mas uma marca não sobrevive sem uma rede de concessionários. Os clientes são cada vez mais exigentes, sabem consultar e procurar tudo, mas o concessionário tem a experiência.


Quais são as suas ambições para a VW, em termos de vendas e de quota de mercado?
O mercado está muito oscilante. No ano passado caiu 32%, nós caímos alinhados com o mercado. Este ano estima-se um crescimento do mercado e nós queremos crescer um ponto ou ponto e meio. Só crescendo um bocadinho acima do mercado conseguiremos ganhar mais quota. Mas crescer tendo a rentabilidade sempre assegurada.


Que mais-valias vê no facto de a SIVA, empresa que importa a VW para Portugal, integrar um grupo que distribui outras sete marcas, algumas delas de luxo?
A SIVA faz parte do grupo Porsche Holding Salzburg, que vende mais de um milhão de carros por ano, entre novos e usados. A SIVA é importadora, mas ao fazer parte desta holding fica num patamar de referência. Hoje em dia vivemos de sinergias. E dentro deste grupo existem todas essas sinergias. Acabámos de lançar em Portugal a Moon, marca de carregadores para os nossos carros eléctricos. Também ao nível da rede de concessionários essas sinergias vão começar a acontecer. Há também a questão da dimensão. Antigamente a estrutura da SIVA era outra. Estar num grupo destes, que é uma referência, que é o maior grupo de distribuição automóvel, e trabalhar todas as sinergias, só pode levar-no

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