Entrevista

Vitória Condeço e Pedro Oliveira: “Não há nada que substitua a força de um actor ao vivo”

25 set 2025 08:00

Em 2025, o grupo de teatro O Nariz assinala 30 anos de actividade profissional, sempre a partir de Leiria, um percurso que se confunde com as 30 edições do festival Acaso (Fotografia de Ricardo Graça)

Temos o selo do festival de teatro clássico de Mérida, que é um selo a que muitos aspiram e poucos têm. E nós conseguimos
Ricardo Graça

Sou uma alentejana nascida em Coimbra”, comenta Vitória Condeço. Depois de trabalhar em Évora, Portalegre e no Porto, chega a Leiria nos anos 80, contratada pelo Teatro da Columbina, uma estrutura profissional. Pouco tempo depois de Pedro Oliveira, que também já tinha histórico no teatro e se emprega em Leiria no Banco de Portugal, vindo de Queluz. Por cá, colabora, por exemplo, com o TELA – Teatro Experimental de Leiria.

O fim de ambas as companhias leva Vitória Condeço e Pedro Oliveira a trabalharem juntos e em 1995 surge, oficialmente, O Nariz. A primeira edição do festival Acaso acontece em 1996. No percurso do colectivo O Nariz, destaca-se igualmente o festival CriaJazz, o Encontro Internacional de Contadores de Histórias e as sessões Contos ao Pôr-do-Sol, as visitas encenadas no Mosteiro da Batalha e no Castelo de Leiria e algumas grandes produções que envolveram dezenas de actores, como Aljubarrota 1385.

Resistência é a palavra certa para descrever O Nariz e o Acaso?
Pedro Oliveira – É uma das palavras. Persistência, também.
Vitória Condeço – Se, em 30 anos, fomos financiados, vá lá, em metade, qual é o adjectivo que damos a isso? É resistência e se calhar é um bocado andarmos aqui a marrar contra a maré.

Por outro lado, a longevidade, quer do Nariz, quer do festival, ou até mesmo das sessões de contos que organizam há vários anos, mostra o poder do palco e de uma boa história? O que é que as pessoas procuram no teatro?
Pedro Oliveira – Aquilo que não encontram nos outros meios de apresentação de espectáculos.
Vitória Condeço – A proximidade. As pessoas precisam de proximidade. Precisam de sentir, precisam de estar, de ver.
Pedro Oliveira – O que eu penso é que quanto mais houver novas tecnologias, mais o teatro cada vez fica mais forte, porque não há nada que substitua a força de um actor ao vivo. Nada.

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