Sociedade
Alunos do IPLeiria com dificuldade em conseguir alojamento
O boom turístico que se sente em Lisboa e no Porto está a inflacionar os preços das casas, dificultando a vida aos estudantes. E em Leiria o que se passa?
O problema não é ainda tão grave como em Lisboa e no Porto, onde o boom turístico alterou por completo o mercado imobiliário, com o valor das rendas a subirem substancialmente e a oferta a não ser suficiente para a procura, sendo cada vez mais difícil para os estudantes conseguirem alojamento nos centros dessas cidades.
No entanto, também em Leiria, os estudantes sentem cada vez mais dificuldade em conseguir alojamento, principalmente nas zonas mais centrais da cidade, onde o mercado de arrendamento está praticamente lotado e os preços começam a subir.
Se Leiria poderia beneficiar das dificuldades que os estudantes encontram em Lisboa e no Porto, atraindo alguns deles, essa possibilidade parece não estar a ser devidamente aproveitada pela pressão do mercado de arrendamento que se sente em Leiria, para a qual têm contribuído os mais de mil alunos estrangeiros a estudar no Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria).
O JORNAL DE LEIRIA foi tentar perceber como funciona o mercado de alojamento para estudantes e concluiu que a maioria dos senhorios não passa recibo, prefere raparigas e o valor médio por quarto ronda os 130 euros, sem despesas incluídas.
Imobiliárias e grupos nas redes sociais são os locais de pesquisa preferencial dos jovens. “Fazem falta apartamentos mais baratos e de arrendamento. Os estudantes têm um impacto grande no arrendamento. A vinda de estudantes estrangeiros também é bom para a economia, mas é importante haver alguma estratégia”, até porque “estão a atirar as famílias para fora da cidade e a encarecer o arrendamento”, o que faz com que “não haja muita oferta para as famílias que procuram casa”, diz Nuno Serrano, sócio-gerente da Predial Leiriense.
Tendo em conta a necessidade em arrendar, “há pais que acabam por pagar valores superiores, o que inflaciona os preços praticados”, constata.
Joel Rodrigues, presidente da Associação de Estudantes (AE) da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), garante que no início deste ano lectivo a oferta já “não era suficiente para a procura”, o que, é reflexo “do novo estatuto do estudante internacional”, que levou o IPleiria a “receber vários estudantes de fora”.
Senhorios preferem raparigas
“O IPleiria tem cerca de 1100 estudantes internacionais, o que causa uma pressão tremenda no alojamento local. A mobilidade dos actuais cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) permite-nos ir buscar alunos do Minho ao Algarve e a oferta de alojamento não é suficiente para tantos estudantes”, considera Joel Rodrigues.
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